Tuesday, December 13, 2005

Cartoons e animações


Em mensagem anterior postei uma das muitas figuras da graciosa Betty Boop. Fiz isso depois de umas cinco horas de andanças pela web atrás de coisas interessantes sobre cartoons e animações. Finalidade: criar um exemplo atraente de WebGincana. Ainda não terminei essa aventura. Mas as descobertas que vou fazendo são muito animadoras em termos de possibilidades de aprendizagem a partir da diversidade informativa oferecida por fontes da internet.

Ao investigar cartoons e animação, descobri que as fontes existentes oferecem muito material pictográfico (of course!), textual, sonoro e cinematográfico. Criar uma WebGincana que faça com que os participantes mergulhem nesse universo fascinante é um desafio envolvente e prazeroso. Além disso, investigações sobre o tema podem ser um ponto de partida interessante sobre história e cultura contemporâneas. Para quem quiser embarcar em aventuras semelhantes, sugiro como ponto de partida o ASIFA-Hollywood Animation Archive.

Friday, December 02, 2005

Aprender a Esquecer: competência necessária na sociedade da informação

Sexta passada participei de uma ótima conversa sobre os princípios orientadores para a avaliação do Educarede (agradeço à Fundação Telefônica a oportunidade). Numa das intervenções, alguém – provavelmente o Rogério Costa, da PUC, ou o Fernando Moraes Fonseca, da Fundação Vanzolini - falou sobre a necessidade de ignorar informações nestes tempos de excessos informativos. O alerta parece contraditório, pois o senso comum está sempre a nos dizer que é preciso consumir mais e mais informação.

Acabo de encontrar uma referência de pesquisa que reforça o citado alerta. Estudos realizados na Universidade do Oregon mostram que pessoas que têm “boas memórias de trabalho” não são melhores que outras para se lembrar das coisas, elas são melhores para ignorar coisas desimportantes. Em outras palavras, o segredo de uma boa memória não é o de guardar tudo que está disponível, mas selecionar o que é importante e esquecer o que não faz diferença. Veja a notícia completa no Eureka.

Assim, ao que tudo indica, uma das virtudes necessárias na Sociedade da Informação é a capacidade de esquecer ou desprezar informações pouco significativas.

Thursday, December 01, 2005

Biologia em Quadrinhos

No excelente Boingboing - a directory for wonderful things, encontrei a seguinte notícia: Drew Endy and Isodora Deese, do MIT, duas das brilhantes estrelas do campo da biologia sintética, são os autores de uma história em quadrinhos chamada "Adventures in Synthetic Biology", que pode ser vista no site da revista Nature.

O material me parece muito interessante para animar aulas de biologia sobre microorganismos e assuntos correlatos, além de ser uma história em quadrinhos comme il faut.

Cansaço e Diversão

Final de semestre. Revi um conjunto de dois diferentes relatórios feitos por meus alunos. Um dos conjuntos era composto por relatos de experimentação de WebQuests feitas pelo pessoal da Licenciatura. O outro era constituído por relatos de aplicação do Sherlock como requisito para o estágio em TE do pessoal do 1º de Pedagogia. Duas coisas me chamaram a atenção na leitura dos trabalhos de meus alunos: 1. estudo como atividade cansativa, 2. educação como atividade divertida.

Estudo como atividade cansativa. Na maior parte dos relatórios sobre usos das WebQuests, meus estudantes colheram observações de alunos que, apesar de gostarem da nova proposta, reclamaram de “leituras cansativas”. Vou analisar com mais cuidado esse dado. Mas já adianto uma interpretação. Em nossa cultura dominada pela imagem e pelo imediato, a leitura (e mais que ela o estudo) é vista como uma atividade muito exigente. Ler e estudar são, cada vez mais, algo que os estudantes querem evitar. Provavelmente, os mesmos reclamentes não acham que um joguinho de bola na quadra da escola seja cansativo. A questão está a merecer uma análise bem cuidada de nós educadores.

Educação como atividade divertida. As explicações que minhas alunas de Pedagogia deram para o Sherlock sempre incluíram a palavra diversão. Ao constatarem a existência de certas características lúdicas do software, as novas educadoras afirmaram que isso é bom porque a educação precisa ser divertida. Da mesma forma, quando listaram certos aspectos negativos do Sherlock, minhas alunas disseram que o material não é divertido. O fenômeno me preocupa. Por razões diversas, estamos confundindo prazer com diversão. E na crítica a técnicas e métodos educacionais estamos exigindo diversão como elemento fundamental para a aprendizagem. Outra questão a merecer nossos cuidados.

Saturday, November 19, 2005

Aprendendo com textos IV

As Atrações do Sherlock


Lacunas ou palavras embaralhadas num texto editado no Sherlock convidam o aprendiz a usar sua gramática “natural” em todos os níveis, de acordo com os problemas que vá encontrando pelo caminho. Numa frase como “um par ____ sapatos”, quase todos os leitores vão dizer que falta um de para ligar par com sapatos. Os conhecimentos de sintaxe oferecem pistas bastante claras para qualquer sherlock que estiver resolvendo o problema. Mas há questões mais complicadas. Numa frase como “o pastor _______ o rebanho”, que palavra pode substituir a lacuna existente? Quase certamente, um detetive das palavras saberá que a lacuna deve ser ocupada por um verbo. Mas qual? E o problema pode ser bastante difícil se o investigador não souber que tanger o rebanho é uma das atividades de um pastor. Ou seja, o uso da gramática “natural” continua a facilitar a investigação do detetive, mas a ausência de um vocabulário mais rico pode complicar as coisas. Neste ponto, talvez o investigador do texto precise de algum socorro (uma dica de vocabulário, por exemplo, pode ajudar o detetive a chegar à solução “o pastor tange o rebanho”.). Toda essa explicação possivelmente deixa claro que o ambiente do Sherlock pode oferecer oportunidades para aprendizagens muito dinâmicas.


Voltemos ao tema metacognição. É bastante provável que, ao utilizar estratégias baseadas naquela gramática “natural” e inconsciente, aprendida na infância, o detetive das palavras vá percebendo o conteúdo de seus conhecimentos, assim como de seus modos de pensar. Essa é a principal pretensão do Sherlock: formar pensadores que tenham consciência de seu próprio pensar. Quais as vantagens disso? São muitas. Tomar consciência da gramática “natural” ajuda as pessoas a entenderem melhor a gramática acadêmica que se ensina nas escolas. Ajuda o pensador a melhor entender os textos que encontra pela frente. Desenvolve capacidades de análise muito necessárias em termos de domínio de uma matéria ou disciplina. Melhora a auto-estima de quem descobre que sabe muito mais do que imaginava. Faz com que as pessoas comecem a se ver como senhoras de seu idioma, não como gente dominada por discursos que não entende (nota). Além disso, abre o apetite dos detetives para outras aventuras investigativas. Tudo isso, provavelmente, vai ajudar os aprendizes a melhorarem seus desempenhos nos campos da leitura e da redação.

Friday, November 18, 2005

Egoque ipse multa quae nesciebam scribendo me didicisse confitear.

O título deste post é uma observação de Santo Agostinho em seu livro sobre a Trindade. Comentarei tal observação em futura mensagem. As idéias do genial bispo de Hipona são muito parecidas com as "descobertas" registradas po David Carraher em seu blog em 2003. Transcrevo aqui o que disse meu amigo David:

Eu penso que escrever minhas idéias não é apenas um registro dos meus pensamentos. Esse ato faz com que minhas idéias fiquem mais á mão e mais fáceis de serem entendidas (por mim mesmo). Com o tempo, meu próprio pensar se beneficia por causa da existência de representações externas. Tudo isso me ajuda a: ter uma visão geral, ponderar, refinar o pensamento, reconsiderar, reorganizar. Me ajuda a compartilhar e a receber feedbacks.

Escrever sumários é um modo de melhorar as idéias. Você recebe os benefícios da palavra escrita. Mas não é só isso. Ganha-se algo novo.

Eu sempre escrevo sumários para entender as idéias e estrutura de um documento.Pode ser algo que escrevi. Pode ser algo escrito por outros. Ao fazer isso, eu me vejo pensando:

Essa idéia cabe aqui? É essa uma evidência para algo que vai ser dito à frente? Isso precisa ser mostrado mais à frente, no capítulo sobre dados, em vez de ser algo subentendido na introdução? O que pode acontecer se alguém não aceitar a análise exaustiva? Há outras interpretações possíveis? Se sim, onde elas deveriam aparecer?

Thursday, November 17, 2005

Aprendendo com textos III

Voltando á Gramática


É bom explicar um pouco mais essa gramática “natural” da qual se falou até aqui. Qualquer língua possui um conjunto de regras gerais de como organizar as palavras para que estas tenham sentido. Tais regras acontecem em diversos níveis. Não podemos terminar palavras com a letra p em português. E muitas outras combinações de letras não são permitidas em nosso idioma. Nesse nível, utilizamos regras de ortografia (a escrita correta). As palavras precisam ser organizadas em certa ordem. Precisam também de estar ligadas por meio de certos elementos para que a comunicação seja inteligível. Soa estranho para falantes do português algo como: ”um sapatos par”. É quase certo que a maioria das pessoas corrija essa combinação estranha e diga que o correto deve ser: “um par de sapatos”. E para fazer isso, ninguém precisa estudar gramática na escola. Antes de seguir em frente, é bom notar que a correção de “um sapatos par” envolveu duas coisas: reordenação das palavras e acréscimo do elemento de ligação “de”. Tudo isso é aparentemente simples. Mas cientistas do conhecimento, envolvidos em projetos para produzir programas de computador que entendam a fala dos homens, experimentam grandes dificuldades para ensinar uma máquina a ordenar com correção “um sapatos par”. É por causa de tais dificuldades que os textos traduzidos automaticamente por programas computacionais, muitas vezes, são bastante engraçados. Nesse nível, estamos falando de sintaxe (as normas gerais de como organizar as palavras em nosso idioma). Finalmente há um outro nível, o da semântica (as normas gerais sobre o sentido ou significado de palavras e expressões em nosso idioma). Ao entreouvir nos corredores de uma universidade a frase “viu aquele gato do Direito?”, pouca gente iria concluir que a menina que disse tal frase estava falando de um felino doméstico. Geralmente felinos domésticos não estudam Direito. O gato da frase deve ser, com certeza, um jovem humano bastante atraente. Resumo da história: regras inconscientes de ortografia, sintaxe e semântica são usadas com muita facilidade por quase todos os nativos de qualquer idioma para um bom entendimento em comunicações lingüísticas. É essa competência humana que faz do Sherlock um jogo que vale a pena ser jogado.

Wednesday, November 16, 2005

Google earth em geografia


O excelente portal colombiano Eduteka está anunciando um artigo sobre usos do Google earth em geografia. Para quem não recebe a news letter do referido portal, copio aqui o anúncio dessa boa notícia para professores de ciências da terra:

HERRAMIENTA GOOGLE EARTH EN CLASE DE GEOGRAFÍA

El programa Google Earth es una de las herramientas más novedosas para responder satisfactoriamente a la enseñanza actualizada de Geografía. En este, se combinan fotos satelitales, mapas y una base de datos, que permiten observar en detalle cualquier lugar de la Tierra; además, desplegar simultáneamente sobre una zona diversos tipos de información relacionados con ella. Ofrecemos en este documento: la forma de descargarlo e instalarlo, sus requerimientos técnicos y algunas sugerencias de uso en la clase de Geografía.

Lea el Artículo completo en la siguiente dirección:
http://www.eduteka.org/GoogleEarth.php

Tuesday, November 15, 2005

Aprendendo com textos II

Aqui está a segunda parte das minhas reflexões sobre o software Sherlock e a questão do aprender com textos:

Metacognição e o Sherlock


David Carraher, cientista do conhecimento, que viveu durante muitos anos no Brasil e hoje trabalha num centro de pesquisas em Boston, está sempre envolvido com problemas de metacognição. Em seus estudos e propostas, David procura encontrar caminhos para ajudar os aprendizes a pensarem sobre seu conhecimento pessoal. Um dos desses caminhos é o Sherlock, um software educacional que oferece muitas oportunidades para o uso da gramática inconsciente aprendida na infância.

O Sherlock é muito simples. Trata-se de um ambiente onde é possível produzir um texto com lacunas ou com palavras embaralhadas. Para o aprendiz, o desafio é o de recuperar as palavras retiradas do texto original (lacunas) ou descobrir a palavra original em cada conjunto de letras embaralhadas. Além disso, há no ambiente algumas ajudas (identificação de categoria da palavra procurada, dicas ou definições, exposição rápida do texto original) para as pessoas que julgarem o desafio muito difícil. Todas essas características convertem os textos editados no Sherlock num jogo interessante.

Como é que algo tão simples como lacunas ou palavras embaralhadas desperta interesse? A chave para uma resposta é o espírito investigativo que mora em todas as pessoas. Um texto editado no Sherlock tem certo mistério; mas um mistério que pode ser resolvido, pois texto e contexto estão repletos de pistas que um bom investigador pode utilizar. Provavelmente você já leu palavras ausentes de algum escrito mal revisado, ou ‘viu’ letras que não estavam escritas no original. Esse mecanismo é natural: para entender um texto com alguma falha, quase todos os leitores são capazes de realizar semelhante façanha (providenciar inconscientemente letras ou palavras para dar sentido ao texto). E para tanto, todos nós usamos a gramática aprendida nos primeiros anos de vida.

Thursday, November 10, 2005

Aprendendo com textos I

Elaborei algumas reflexões sobre a questão do aprender a ler e aprender com a leitura a partir de experiências com o software Sherlock e de conversas com David Carraher durante o processo de produção do citada ferramenta. Vou publicar tais reflexões aos pedaços. Se alguém quiser me ajudar a melhorar tais reflexões ficarei imensamente agradecido. Aqui vai o primeiro pedaço:


A Gramática Natural


Por volta dos seis ou sete anos, as crianças já dominam praticamente toda a gramática de sua língua nativa. Essa , segundo os lingüistas, é uma façanha intelectual notável. A estrutura de qualquer idioma é extremamente complexa. Por que então a maior parte das pessoas odeia a gramática que lhe foi ensinada nas escolas?


A gramática dominada por crianças em idade pré-escolar não é constituída por regras formais e por um vocabulário esotérico. Ela funciona como algo natural que não precisa ser ensinado. As crianças aprendem-na sem esforço aparente. A gramática ensinada nas escolas, pelo contrário, é artificial e de difícil aprendizagem. Essa situação estranha acontece porque os sistemas educacionais enfrentam muitas dificuldades para reconhecer, utilizar e trabalhar com os conhecimentos que as crianças já dominam antes de chegar às escolas. Culpa dos educadores? Provavelmente não. Articular conhecimento prévio com o conhecimento a ser aprendido não é uma tarefa banal. Exige muito dos profissionais de educação. Uma das exigências, no caso, é a de ativar as capacidades metacognitivas dos aprendizes. Ou seja, a de ajudar quem aprende a tomar consciência de seus próprios conhecimentos, de suas capacidades cognitivas, de suas estratégias de aprendizagem. A gramática aprendida na primeira infância, assim como muitas outras coisas que nos capacitam a levar a vida em nosso mundo, é inconsciente. Em outras palavras, nós não temos idéia do quanto sabemos, nem de como funciona nosso sistema de saber. Pensar sobre o próprio saber (metacognição) é uma arte que requer muita técnica e ferramentas especiais

Educação Popular III

Aqui vai a terceira e última parte do texto de meu amigo Sigfredo Chiroque:

Los auquis se encuentran con el pueblo, mientras el agua nueva corre por la acequia. Los auquis toman varios tipos de bebidas. Antes de beber rocían parte en el agua, mientras se coloca la flor de la retama en las acequias. Hay un delirio generalizado. Casi todos hablan en quechua y le cantan al agua. Todos beben licor, pero haciendo "pago" al agua. Me invitan chicha de arampito, chicha de jora, cañazo. Tengo que hacer también "pago" a la pacha-mama. Los "llamichus" se pasean haciendo sus gracias. Momentos centrales. Rocían al agua nueva con un polvo especial (no me acuerdo su nombre en quechua) hecho de conchas de mar. Todo el pueblo está alegre. Cantan huaynos llenos de sentimiento. Mezcla de llanto y de rabia. Beben, bailan y se empujan entre sí. Es la "fiesta del agua". Son las 4.30 pm. Debo regresar a Puquio porque a las 6pm sale el "Ómnibus Sánchez" que regresa a Lima. Retorno en un "taxi-cholo". Impresionado y ala vez cuestionado en mis creencias. Me surgen interrogantes como esta: ¿qué preservar de estas creencias y manifestaciones culturales, si tienen como base que "el agua vive" y que son los "apus" quienes nos dan el agua? ¿qué preservar de esto cuando las bases científicas nos dicen otra cosa? ¿la educación al enseñar lo que es el agua y los cerros no carcomen los cimientos de estas creencias ancestrales? ¿Cómo conjugar una propuesta educativa que al mismo tiempo desarrolle ciencia y tecnología en nuestro pueblo, sin que por ello minimice la identidad cultural?

Sigfredo Chiroque

Wednesday, November 09, 2005

Educação Popular II

Aqui está a segunda parte do texto de Sigfredo Chiroque:

En Puquio (manantial), he trabajado con docentes. Pero me dí tiempo, para ir a las comunidades cercanas donde se celebró este sábado 11 de setiembre la "Fiesta del Agua". Estuve confundido con los campesinos y campesinas en la ceremonia profunda que ellos hacen todos los años. Desde el lunes 6 de setiembre, los "Auquis" (ancianos escogidos) se habían ido hasta la cima de la cordillera a "traer el agua nueva". Una señora del lugar me dice "allá arriba vive el agua". Los "auquis" se fueron hasta el pico de las montañas y allí hicieron el "pago" a los "apus" y a la"pachamama". El "pago" consiste en sacrificar una llama y regar la tierra y los "puquios" con la sangre caliente del animal. Alimentos, chicha y coca complementan el "pago". Después del "pago", los auquis vienen limpiando el antiquísimo canal, haciendo ceremonias que solamente ellos saben hacer (pues se trata de rituales secretos). Traen el agua nueva para sus tierras y justamente este sábado 11 de setiembre el barrio de Collana de Puquio celebraba el ingreso del agua hasta la comunidad. Todo el pueblo salió hasta un lugar especial. Los danzantes de tijeras entran en contrapunto, los "llamichus" se pasean entre la gente haciendo bromas y haciendo beber trago. Los "llamichus" son jóvenes y niños que ponen orden en la fiesta, hacen tomar y hacen chistes. Aparece un "nakaj" (representando a los conquistadores españoles). Con su cara teñida de negro, irrumpe entre las gentes que lo reciben con pifias y empujones. Vienen los "llamichus" para correr al "nakaj". Los danzarines de tijeres ríen en contrapunto de movimientos y de bebidas alcohólicas (chupadera), al ritimo del violín y el arpa. De repente, la gente se alborota: ¡aparecen los auquis! ¡viene el agua! Los"llamichus" hacen sonar sus huaracas (hondas) y latas de adorno. Gritan. Hablan en quechua. Un amigo me traduce lo que dicen: "aguita, aguita, camina, camina, vive con nosotros".

Educação e Cultura Popular I

Ano passado, Sigfredo Chiroque, fundador do Instituto de Pedagogia Popular e membro do Conselho Nacional de Educação do Peru, escreu um texto apaixonado e bonito sobre uma viagem que fez a Puquio, destacando um encontro interessante com a cultura popular. Acho que essa produção de Chiroque merece ser mais conhecida. Já a postei numa lista da qual participo. Agora, ao rever meus guardados, reencontrei a obra de meu amigo peruano. Resolvi registrá-la neste blog. Segue aqui a primeira parte do texto:

Para ir a Puquio, primero uno va a Nazca (sur del Perú). Desde este lugar,
uno trepa los Andes, por 2 horas. En la cima, hay una planicie que se
llama "Pampa Galeras". Es una puna muy fría, con paisaje lindo, al costado
de picos nevados. Miles de vicuñas viven en esta "reserva natural". Los
animales se pasean por la pista, porque ya se acostumbraron al paso de los
carros. Una experiencia inolvidable.

Desde Pampa Galeras, uno comienza a descender la "Cordillera Occidental"
de los Andes. Baja hasta la ciudad de Lucanas, lugar cercano a la
comunidad de UTEC donde vivió José María Arguedas. La miseria, la rabia,
la esperanza, la tristeza y la protesta se confunden en los rostros de las
gentes; y se expresan en los cantos, con guitarra, arpa y charango. Yo no
contengo mi sentimiento: lloro y me carcome la rabia y las ganas de seguir
peleando para que esta gente -nuestra gente- viva como gente.


Es la segunda vez que vengo por estas tierras. Respiro las narraciones de
José María. Comprendo mejor el sentimiento de su prosa.

De Lucanas uno trepa de nuevo la cordillera, yendo más al sur. Al otro
lado, se ve Puquio. Después de 12 horas de salidos de Lima, llego a esta
ciudad. Si hubiese continuado el viaje hacia el este, llegaría a
Andahuaylas-Ayacucho; si prosiguiese hacia el sur, llegaría a
Chalhuanca-Abancay-Curahuasi-Cusco. Ahora hay carreteras asfaltadas o
afirmadas. Pero en tiempos de Arguedas, solamente habían trochas y uno se
trasladaba a caballo, cruzando cerros y quebradas, valles y punas, ríos y
lagunas en el lomo de Los Andes. Sé que estos parajes fueron trajinados
por Arguedas y es el escenario de su obra "Los ríos profundos".

Sunday, November 06, 2005

Ótimo uso da Internet em química

Os exemplos mais frequentes de WebQuests bem feitas geralmente referem-se a trabalhos em áreas das ciências humanas.Exemplos de produções de qualidade em ciências fisico-químicas ou matemáticas são mais raros. Por isso, acho importante divulgar o trabalho da Professora Soraya Saadeh, do Colégio Bandeirantes. No final de 2003, Soraya me enviou para apreciação duas WebQuests que ela já tinha utilizado com seus alunos. Dei-lhe uma resposta imediata e prometi fazer uma análise mais cuidada dos trabalhos enviados. Nunca cumpri a promessa, em parte porque as WebQuests da Soraya são exemplares. Meus comentários não acrescentariam muito na orientação de possíveis melhorias que a autora poderia fazer.

Além das WebQuests, a professora do Bandeirantes publicou também informação sobre os produtos elaborados pelos alunos. Propostas de ensino-aprendizagem acompanhadas de resultados de aplicação têm grande valor informativo. Pena que no caso do trabalho da Soraya já não estejam mais no ar as histórias em quadrinhos elaboradas pelos alunos que passaram pela WQ Substâncias Químicas. Mas, para nossa admiração, ainda estão na rede cópias dos cartazes feitos pelos alunos que passaram pela WQ Proprieades Coligativas.
Para ver o trabalbalho da Professora Soraya Saadeh clique aqui.

Thursday, November 03, 2005

Revista Eletrônica

Está no ar o 2º número de DIM- Didatica e Multimidia, revista eletrônica da Universidad Autónoma de Barcelona. Divulgo comunicação do próprio periódico:

La Revista DIM, especializada en e-learning, está dirigida a profesores de
todos los niveles educativos que utilizan las TIC en la educación,
investigadores, profesionales, empresas del sector y en general a cualquier
persona interesada en la innovación pedagógica con las Tecnologías de la
Información y la Comunicación.
En este número, en la sección "entrevistas", contamos con Javier Escarajedo
Arrese, Maestro de Educación Primaria.
En el apartado “artículos”, abordamos las siguientes temáticas:
* “La oportunidad WebQuest”. José Luis Fierro Monteagudo.
* “WebQuestcat”. Anna Pérez
* “Linux Terminal Server Project en la escuela”. Ramón Castro Pérez.


A publicação é gratuita. Você pode acessá-la clicando aqui.

Wednesday, November 02, 2005

Cazas del Tesoro

Recentemente os educadores espanhois deram destaque a um modelo de organização da informação que os gringos chamam de Scavenger Hunt. Vários autores produziram nessa linha Cazas del Tesoro. Para uma excursão nesse campo, recomendo como ponto de partida o site de meus amigos do PORTAL DE LA COMUNITAT CATALANA DE WEBQUEST (http://www.webquestcat.org/).
Um dos trabalhos mais bem cuidados de Cazas del Tesoro é uma produção feita por alunos de ensino fundamental do CEIP San Walabonso de Niebla(Huelva). No caso, em vez de professores-autores, temos alunos-autores. Os docentes de San Walanbonso acharam que o modelo de Cazas del Tesoro são uma boa estrutura para ajudar as crianças a criarem páginas com conteúdos expressivos na Web. Os trabalhos são muito bonitos. Não concordo inteiramente com a solução, pois acho que caças ao tesouro são uma ferramenta para professores, mas as crianças fizeram produções de gente grande.

Monday, October 24, 2005

Para quem quer produzir multimídia

Recebi uma mensagem sobre oficina que a novíssima unidade do Sesc de São Paulo estará promovendo em novembro próximo. Como acho que educadores interessados em produzir tecnologia podem ganhar muito com uma oportunidade assim, publico aqui o comunicado recebido.

Pessoal,
De 4 a 25 de novembro coordenarei as oficinas de Audiocenografia na novíssima
unidade do SESC Santana.
As oficinas ocorrerão de quarta e sexta feira sempre das 15:00 às 17:00 no Centro de
Internet Livre.
Os encontros tratarão de questões técnicas, tecnológicas e estéticas presentes na
produção de CDs, DVDs, trilhas sonoras para teatro, video, dança, artes plásticas e
internet. Durante as oficinas, os participantes serão responsáveis por criar e
montar a Orquestra de Alto-falantes, uma audio-escultura interativa que ficará
exposta na unidade do SESC Santana, onde se poderão ouvir as peças musicais
realizadas durante o curso. Estas peças também serão publicadas em um CD-Virtual
gratuito que será livremente distribuido pela Internet.
Entrem na página da oficina de audiocenografia para obter maiores informações ou
baixar a apostila do curso:
www.axialvirtual.com/audiocenografia/
Durante as oficinas, a Sala de Internet Livre do SESC Santana será transformada em
um estúdio de gravação onde os participantes terão acesso às ferramentas necessárias
para o desenvolvimento de seus trabalhos. Será fornecida apostila de física acústica
e CD-rom com softwares livres e tutoriais.
Abraços
Felipe Julián
Por favor, repassem este mail a quem possa interessar!
Inscrições e informações
(11) 6971-8700
ou diretamente no SESC Santana
Av.Luiz Dumont Vilares, 579
R$ 15,00; R$ 10,00 (usuário matriculado).
R$ 5,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes).
R$ 7,50 (+ 60 anos e estudantes com carteirinha
).

Monday, October 17, 2005

WebQuests e educação musical

Acabo de responder a uma consulta feita ao site WebQuest: aprendendo na internet sobre material no campo da educação musical. Esses é um assunto que até agora não merecera minha atenção. Descobri que há um número significativo de WebQuests na área. Em inglês, vale a pena dar uma olhada em:

Em português, os interessados podem ver exemplos tais como:

Pela amostra, fiquei com a impressão de que o acervo de WebQuests voltadas para a música deve ser bastante grande e rico.

Monday, October 03, 2005

WebQuest no Peru

Recebi uma mensagem muito gentil do professor Luis Bretel, do Colegio San Ignacio de Piura, Peru. O colégio começou a trabalhar com o modelo criado por Bernie Dodge depois de uma capacitação de docentes assim anunciada pelo site da instituição:

Cuatro profesores del colegio San Ignacio de Piura hemos tenido la suerte de participar en el Taller "El aprendizaje basado en problemas" organizado por la Pontificia Universidad Católica del Perú, y hemos quedado maravillados por las pobilidades que este método nos prensenta para lograr lo que tanto hemos ansiado: hacer del trabajo escolar una experiencia estimulante de tal manera que nuestros muchachos se involucren en sus experiencias de aprendizaje y se produzca en ellos LOS APRENDIZAJES SIGNIFICATIVOS.

Pelo que eu entendi, na Pontifícia Universidade Católica do Peru, os educadores colocaram as WebQuests dentro de uma moldura teórica à qual deram o nome de ABP-Aprendizagem Baseada em Problemas. O termo é atraente e traduz bem uma das possíveis perspectivas para o modelo criado pelo professor da San Diego State.

É muito bom ir percebendo que a utilização de WebQuests cresce dia-a-dia na Améica do Sul. Seria ótimo se pudéssemos cambiar mais experiências, materiais e produções.

As WebQuests do Colegio San Ignacio, etiquetadas como ABPs podem ser encontradas no site da escola. Ao encerrar esta nota, quero consignar aqui meus cumprimentos ao professor Bretel e ao Colegio San Ignacio. Parabéns!

Sunday, September 25, 2005

Mais tese sobre WQ

Michele Beatriz Schmitz, do Senac de São Paulo, acaba de me enviar informação sobre mais uma dissertação de mestrado que teve as webQuests como objeto de estudo.Trata-se do trabalho de José Cláudio de Almeida Filho: Um modelo de utilização de webquest no ensino de informática. O trabalho de José Cláudio foi defendido na Universidade Católica de Petrópolis em 2002.

Saturday, September 24, 2005

Que dizer?


Esta é a foto que os organizadores do Tec Educ@tion 2005 – Congresso e Exposição Internacional de Tecnologia Educacional acabam de enviar, registrando minha participação no evento. Aparentemente alguém me havia feito uma pergunta difícil e eu estava pensando como responder... Agradeço à gentileza da Humus pelo envio de tal registro.

Thursday, September 22, 2005

Trabalho pioneiro de WebQuest

Comecei a trabalhar com WebQuests em meus cursos num programa de pós sobre novas tecnologias de informação e comunicação na Uninove. O ano era 2001 e não havia nenhum material de apoio em português. Para mim e para as alunas foi uma aventura. Mas os resultados foram bastante bons. Ao rever meus guardados, descobri uma das WebQuests elaboradas na ocasião: Desmatamento ameaça a vida no planeta terra. As autoras são: Heloisa Helena Ribeiro - hhr@uol.com.br; Marli Morales Mendes marlimm@uol.com.br e Rita de Cássia dos Santos - amerik@uol.com.br . Pensei, a princípio que o material ainda estivesse no ar. Não está, mas tenho o arquivo da versão final do trabalho. Acho que ele pode ser publicado no gerador phpwebquest do Antonio Temprano. Deixo aqui o desafio para as autoras.

Sunday, September 18, 2005

Teses sobre WebQuest

Há um interesse crescente de mestrandos e doutorandos por WebQuests. Mas os estudos sobre a matéria encontram uma barreira: ausência de bibliografia. Há muitas explicações para isso. Uma delas é o estilo do criador do modelo, Professor Bernie Dodge, mais voltado para a invenção de instrumentos que para a produção de papers, artigos e livros. Outra é uma certa falta de ousadia dos interessados em fazer conexões entre o modelo criado por Dodge e uma vasta literatura sobre aprendizagem cooperativa, transformação de informações, avaliação autêntica, construtivismo.
A situação já foi discutida tempos atrás pelo próprio Bernie Dodge num chat acontecido, se não me engano, em novembro de 2003. Já há algumas dissertações produzidas por pesquisadores brasileiros. Conheço dois trabalhos de mestrado: o de Maria Aparecida Viana, defendido na Universidade Federal de Alagoas, e o de Tereza Tyoko Saito Fukuda, defendido na Unicamp. Além disso, minha ex-aluna Helena Ruth da Silva Lima, escreveu uma monografia sobre o tema - The use of webquest in health and physical education class - durante seu mestrado nos EUA.
Atualmente acompanho com interesse os trabalhos de Úrsula Veras, na Universidade Rural de Pernambuco; de Sandra Rocha , na Universidade Federal de Santa Maria, RS; e de Filipa Lopes, na Universidade Católica Portuguesa. Se alguém souber de mais trabalhos sobre o assunto, mande uma mensagem para este blog. Estou tentando reunir informações que possam facilitar os estudos de quem queira pesquisar aplicações e usos do modelo criado por Bermnie Dodge.
Seria muito bom saber também os nomes de investigadores de fala hispânica que estão estudando a matéria em programas de mestrado e doutorado.

Thursday, September 15, 2005

Papéis docentes

Reproduzo aqui imagem que utilizei para relacionar, num congresso recente [Teleducation 2005], as funções dos mestres nestes tempos de novas tecnologias da informação e comunicação. Ao contrário de gente que afirma que os professores devem exercer apenas papéis de auxiliares de palco, penso que eles devem atuar como artistas de primeira linha nos dramas e tramas de aprendizagem. Já é mais do que hora de dizer que os professores têm o que dizer. Já é mais do que hora de dizer que os professores devem ser autores. Em uma das transpareências que utilizei, servindo-me da metáfora de que os docentes devem atuar como cartógrafos do conhecimento para auxiliar os alunos em navegações aventurosas, destaquei os seguintes pontos:


• Perceber estruturas
• Identificar caminhos de mudança
• Construir andaimes
• Cartografar o saber
• Instrumentar as naves
• Sugerir planos de viagem
• Assistir aos navegantes

Wednesday, September 14, 2005

Avaliação com rubricas

Muitos autores de WebQuests têm certa dificuldade para elaborar rubricas de avaliação. Em parte, a dificuldade é função da crença de que a avalição deve centrar-se no aluno, em vez de ser um julgamento mais voltado para as qualidades dos produtos apresentados pelos aprendizes. Em parte, a dificuldade é função do desconhecimento de como criar instrumentos apropriados. Essa última barreira pode ser vencida por meio de geradores de rubricas, um recurso bastante difundido nos Estados Unidos e Canadá. Para quem tem algum domínio da língua inglesa, as "rubrics makers" do site teAcnology podem ser uma boa ajuda. Par quem se sente mais confortável com o conceito e sabe um pouquinho do idioma inglês, usar a ferramenta Rubric Builder é mão na roda.

Tuesday, September 13, 2005

Gerador de WebQuests

Produzir, editar e publicar uma página web exige algum conhecimento, tempo e disponibilidade de bons espaços na internet. E muitas vezes os educadores não dispõem de uma ou mais dessas condições. Por essa razão ficam impossibilitados de produzir WebQuests. Mas, o problema tende a dimunuir e até a desaparecer com o surgimento de geradores [cada vez melhores] de WebQuests. Um desses instrumentos é obra de Antonio Temprano, educador espanhol. O excelente trabalho de Temprano pode ser encontrado em phpwebquest. Uma versão da ferramenta está sendo traduzida e preparada pela equipe do linuxescola, da qual faz parte meu aluno Nivaldo Júnior. Brevemente anunciarei o endereço da versão do phpwebquest em português do Brasil.

Saturday, August 27, 2005

Exemplos de WebQuest

Hoje andei levantando novos exemplos de WebQuest para minhas aulas. Descobri que a equipe do Colégio Rio Branco, unidade Higienópolis, continua a fazer um trabalho muito competente na área. Além da boa e velha Eu Sou o Personagem - Egito, elaborada numa oficina que coordenei tempos atrás na Escola do Futuro, a escola tem outros trabalhos interessantes. Ao contrário de WebQuests feitas em cursos acadêmicos como requisito para conclusão do programa, as produções do colégio são feitas para uso em projetos pedagógicos do dia-a-dia escolar. Vale a pena dar uma olhada nas produções do Rio Branco.

Tuesday, July 19, 2005

Figuras da Educação

Hoje tive uma conversa muito agradável com a equipe do Educarede. Discuti com eles um texto que elaborei a pedido da Fundação Telefônica para subsidiar trabalho de avaliação do citado portal. Em meu escrito fiz diversas considerações sobre a Sociedade da Imagem, abordando sobretudo as questões de um domínio crescente dos valores incorporados pela mercadoria-imagem. Mas, na conversa que tive com a equipe do portal, surgiram diversos comentários sobre a importância da imagem como informação significativa na intermediação de saberes. Nesse sentido, se quisermos conhecer uma época, as imagens que ela produziu são um elemento indispensável para estabelecer pontes de entendimento com (e sobre) nossos avós.

Como faço referência em meu texto à famosa cartilha ilustrada de Comenius, Orbis Pictus, fui atrás de mais informação sobre imagem e educação depois da conversa com o pessoal do Educarede. E no caminho encontrei uma galeria de imagens sobre educação, não por acaso chamada de Orbis Sensualium Pictus. E para meu contentamento, a citada galeria tem, na mostra de capas de revistas que retratam visões da cultura popular sobre educação, uma imagem preciosa que eu já tinha visto no New York Review of Books. A tal imagem é uma aula inteira sobre concepção do educar nos anos de 1920. Trata-se da capa do The Saturday Evening Post, de 26 de junho de 1926. Vejam isso na figura abaixo. Uma preciosidade. Vale a pena visitar a galeria e dar uma olhada em imagens da educação nas primeiras décadas do século passado.



Tuesday, July 12, 2005

Memória semântica e memória episódica

Faz umas três semanas que terminei de ler o mais recente romance de Umberto Eco. Uma delícia! E para a geração do gibizeiros então é uma conversa com um amigo de infância. Recomendo. No Brasil, o livro, A Misteriosa Chama da Rainha Loana, foi editado pela Record. Creio que não quebro direitos autorais, citando um trecho do Eco que clareia muito distinções sobre tipos de memória. Diz ele lá pela página 18 de Rainha Loana:

Temos diversos tipos de memória. Uma se chama implícita e nos permite executar sem esforço uma série de coisas que aprendemos, como escovar os dentes, ligar o rádio e dar nó na gravata. [...] Quando a memória implícita nos ajuda, não temos nem consciência de que recordamos, agimos automaticamente. Depois tem a memória explícita, com a qual recordamos e sabemos que estamos recordando.Mas essa memória explícita é dupla. Uma é aquela que a tendência agora é chamar de memória semântica, uma memória coletiva, aquela através da qual se sabe que uma andorinha é um pássaro... [...] Essa é a primeira que se forma, mesmo na criança; a criança aprende rapidamente a reconhecer uma máquina, ou um cão, a formar esquemas gerais [...] Mas, por outro lado, a criança leva mais tempo para elaborar o segundo tipo de memória explícita, que chamamos de episódica ou autobiográfica. Não é capaz, por exemplo, de recordar de imediato vendo um cachorro, de que no mês anterior esteve no jardim da avó e viu um cão e que foi ela própria que viveu as duas experiências. É a memória episódica que estabelece um nexo entre o que somos hoje e o que fomos, senão, quando disséssemos eu, estaríamos nos referindo apenas àquilo que sentimos agora, não ao que sentíamos antes.

Perfeito! Muito mais claro que todos os livros acdêmicos que já li sobre a matéria. Acho que devíamos convidar romancistas para escrever livros de ciência.

Sunday, July 10, 2005

Meu livro em espanhol

O Cinterfor, serviço da Organização Internacional do Trabalho que realiza um trabalho de documentação e intercâmbio no campo de educação e trabalho para América Latina e Caribe, acaba de editar um dos meus livros em espanhol. A capa da obra aparece na postagem que fiz ontem. A tradução, ótima, é de Alice Fresno. O prólogo é do educador Gabriel Kaplún a quem agradeço as palavras gentis e a análise instigante da obra. O Cinterfor tem como norma publicar simultaneamente os livros em papel e on line. Assim, se alguém quiser dar uma olhada no texto, particularmente no prólogo de Gabriel Kaplún, basta clicar aqui.

Saturday, July 09, 2005

Tuesday, June 28, 2005

Webquest no Estadão

Em sua recente viagem ao Brasil, Bernie Dodge concedeu uma entrevista sobre WebQuest ao jornal O Estado de São Paulo. Vale a pena dar uma olhadinha na versão web da conversa do criador do modelo WQ com o jornalista do Estadão. Para acessar a matéria, clique aqui.

Escola ameaçada

Parece que já faz uns dez anos que publiquei o livro Escritos sobre Tecnologia Educacional e Educação Profissional. Na verdade, a obra foi editada em 2002. É uma coletânea de artigos e papers. No campo da tecnologia educacional - sobretudo em Aqui Agora; novas tecnologias, o local e o universal - o trabalho tinha certa radicalidade. Por isso, na época do lançamento do livro, Gilson Schwartz, da Cidade do Conhecimento, fez algumas consideraçãos que ainda vale pena ler. As considerações do Gilson foram publicadas no caderno Sinapse, da Folha de São Paulo. Apesar do tempo que já se foi, comentários serão bem vindos.

Saturday, June 25, 2005

O nosso PC

Continuo a dever informações sobre o PIE. Na postagem anterior associei o nome da Rosemary Soffner ao do Paulo Cândido, parceiros de trabalho na Teiaoito. Faltou mencionar que Paulo Cândido foi o famoso PC do PIE. Hoje, na coordenação técnica da Teiaoito, vem fazendo belas produções para usos de computadores em educação. É dele, por exemplo, a nova versão do Sherlock e uma série de simulações (Momento de Decisão) que faz parte do plano de usos educacionais das tecnologias de informação e comunicação no Senac São Paulo.
Se algum companheiro do velho PIE notar mais falhas na minha memória, já um tanto gasta, favor avisar.

PIE: complementação

O PIE era uma equipe muito especial. Com muita gente jovem e talentosa. Com uma produção muito criativa, mesmo quando trabalhou com os limitados recursos dos inesquecíveis Apple IIe.
Fiquei devendo uma complementação sobre o Programa de Informática e Educação. Falta registrar o nome de alguns companheiros que participaram da aventura. Faço isso agora.
Além dos personagens já citados na postagem anterior, preciso destacar o nome do Fernando Moraes Fonseca que andou pelos serviços de extensão de algumas universidades e hoje dirige o setor de tecnologia educacional da Fundação Vanzolini. Outro nome importante: Sonia Zaitune. Sonia, depois do PIE, atua como consultora independente e continua sua militância na Anistia Internacional. Marta Mello, mulher do Luciano, dirigiu o setor educacional da AOL no Brasil, e hoje atua como consultora independente.Uma outra colaboradora importante do Programa: Rosemary Soffner. Rose coordena a área de educação das Faculdades Sumaré e é sócia do Paulo Cândido na Teiaoito. O time teve ainda muitos outros membros talentosos, como os programadores Arthur e Ceará, cujo destino pós PIE ignoro. Além disso, um grande número de professores -mais de quarenta - e de consultores externos participou de um ou mais projetos desenvolvidos pela equipe.
Um dos trabalhos mais conhecidos do PIE foi o software Introdução ao Micro, uma proposta que ajudou muita gente a lidar sem medo com os coputadores pela primeira vez na vida. O PIE cessou atividades em 1992. Com a constante mudança das configurações dos computadores pessoais, não há hoje máquinas que possam rodar os softwares que fizemos. A excessão é o Sherlock, um software de David Carraher, redesenhado pelo PIE e recentemente reeditado pelo Senac São Paulo.
Na postagem anterior falei dos dotes literários do Seabra. Comprovação disso pode ser encontrada num dos sites dele sobre microliteratura.

Tuesday, June 21, 2005

Bernie Dodge e PIE

Na foto abaixo, da direita para a esquerda, estão Carlos Seabra, Luciano Ramalho, Bernie Dodge e Jarbas Barato. O "retrato" foi tirado dia 19 de maio de 2005 na oficina que Bernie coordenou, no Senac São Paulo, sobre uma nova ferramenta para a construção de WebQuests. É um registro de encontros de velhos amigos. Conheci o Bernie em 1982, assim que cheguei em San Diego para o meu mestrado em Tecnologia Educacional. Por volta de 1988, quando não sabíamos o que fazer para levar para frente softwares de simulação, convidei o professor da San Diego State para uma oficina no Brasil com a finalidade de ajudar o PIE (Programa de Informática e Educação) a conceber modelos que pudessem se converter em simulações bem estruturadas.

O PIE, depois de uns oito anos de produção, vinte e poucos softwares produzidos, um prêmio nacional de melhor software nacional brasileiro cessou atividades. Os membros do time andam por aí em empreendimentos diversos, quase todos ainda no campo de usos educacionais de computadores para educação. Luciano Ramalho, depois de um período como diretor de informação na Editora Abril, virou a grande fera brasileira em Zope e hoje, finalmente, entrou de cabeça na academia e está se formando em Biblioteconomia na Eca/Usp. Seabra, passou pela Escola do Futuro da Usp, coordenou o portal WebQuest, assessorou a Organização Mundial de Saúde e continua atuando como consultor de diversas organizações (além de ser um nome conhecido no campo da microliteratura). Yole (Yolanda Ramirez) voltou para a Colômbia, passou por um estágio no Japão, e, na última vez que a vi, chefiava, em Bucaramanga, um programa de simulação computadorizada para a estatal colombiana de petróleo.

Uma pane generalizada em meu computador não permitiu que eu termisse esta postagem de modo completo e satisfatório. Editei apenas o que estava pronto. Volto ao time do PIE em próxima mensagem, com dados e nomes completos. Sorry, amigos do velho PIE.


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Saturday, May 28, 2005

George Miller, um pouco de história II

De acordo com minha promessa, reproduzo aqui a tradução de excertos do livro Acts of Meaning de Jerome Bruner. É difícil hoje avaliar os desafios que os defensores do cognitivismo tiveram que enfrentar, pois lutaram contra um poder muito bem estabelecido, uma psicologia que proclamava suas virtudes científicas e que dominou o cenário acadêmico por mais de meio século. Bruner, Miller e outros enfrentaram uma oposição poderosa, foram ridicularizados por alguns e combatidos pela maioria. Cesso os meus comentários por aqui. É melhor ouvir a voz de Bruner, descrevendo os novos rumos e apontando os perigos de uma hegemonia que pode levar-nos a perder de vista os objetivos iniciais da revolução cognitivista. Com a palavra, Jerome Bruner:
Quero começar com a Revolução Cognitivista como meu ponto de partida. A revolução pretendeu trazer a "mente" de volta para as ciências humanas depois de um longo inverno de objetivismo. Mas o meu balanço não será aquele de um progresso marchando sempre para a frente. Pois, pelo menos para mim, essa revolução agora se desviou para assuntos que são marginais ao impulso que a trouxe à tona. Na verdade, ela foi tecnocalizada de tal maneira que até mesmo abafa o impulso original. Isso não quer dizer que ela falhou: longe disso, pois a ciência do conhecimento é uma das áreas que mais consegue recursos para pesquisa e bolsas de estudo. É mais certo dizer que ela se desviou de seus propósitos por causa de seu sucesso, um sucesso cujas virtuosidades tecnológicas têm custos muito altos. Alguns críticos, talvez injustamente, até mesmo argumentam que a nova ciência do conhecimento, filha da revolução, ganhou espaço à custa de desumanizar o próprio conceito de mente que ela ajudou a reestabelecer na psicologia, e que por isso afastou a psicologia das outras ciências humanas.
[...]
Agora deixe-me dizer primeiramente como eu e meus amigos entendemos a revolução lá atrás nos anos cinquenta. Ela era, pensávamos, um esforço total para estabeler o significado como o conceito central da psicologia - não estímulos e respostas, não comportamento observável, não impulsos biológicos e sua transformação, mas significado. Ela não era uma revolução contra o behaviorismo com o objetivo de transformar o behaviorismo em um caminho melhor de estudar psicologia acrescentando-lhe um pouquinho de mentalismo. Edward Tolman já tinha feito isso, sem nehum proveito.Ela era em seu conjunto uma revolução mais profunda que isso. Seu alvo era descobrir e descrever formalmente os significados que os seres humanos criam em seus encontros com o mundo, e então propor hipóteses a respeito do que implicariam os processos de produzir significados. Ela tinha como foco as atividades simbólicas que os seres humanos na construção e feitura de sentido não só do mundo, mas de si mesmos. Seu alvo era o de levar a psicologia a reunir esforços com suas irmãs no campo das ciências interpretativas, ciências humans e ciências sociais. Na verdade, sob a superfície de uma ciência mais oprientada para atividades computacionais, é isso precisamente o que está acontecendo - no início vagarosamente e agora com uma aceleração crescente. Por isso hoje encontram-se centros florescentes de psicologia cultural, antropologia cognitiva e interpretativa, linguística cognitiva, e, acima de tudo, um empreendimento mundial crescente que se ocupa como nunca, desde os tempos de Kant, com a filosofia da mente e da linguagem.
[...]
A revolução cognitiva, tal como concebida na origem, requereu virtualmente que a psicologia juntasse forças com antropologia e linguística, filosofia e história, até mesmo com as diciplinas jurídicas. Não é surpresa nem acidente que naqueles primeiros anos o conselho cosultivo do Center for Cognitive Studies (Centro de Estudios Cognitivos) de Harvard incluisse o filósofo W. V. Quine, um historiados da cultura, H. Stuart Hughes, e um linguista, Roman Jakobson. Ou que os investigadores do Centro houvesse quase tantos filósofos , antropologistas e linguistas como psicólogos propriamente ditos - entre eles, expoentes do novo construtivismo como Nelson Goodman.
[...]
A revolução cognitiva como foi originalmente concebida juntou forças com a antropologia e a linguística, a filosofia e a história, até mesmo com as disciplinas jurídicas. . Não era surpresa encontrar naqueles primeiros anos um filósofo com W. V. Quine, Um historiador da cultura como H. Stuart Hughes, e um linguista como Roman Jakobson no conselho consultivo do Centro de Estudos Cognitivos em Harvard.
[...]
Eu acho que é preciso deixar claro de nós não queríamos reformar o behaviorismo, mas substituí-lo. Ou, como meu colega George Miller colocou alguns anos depois: "Fixamos nosso novo credo na porta [alusão à fixação das teses de Lutero na porta da catedral, ato que iniciaou a reforma protestante, N. T.] e esperamos para ver o que iria acontecer. E tudo foi muito bem; tão bem, na verdade, que no fim nos tornamos vítimas de nosso sucesso.

George Miller, um pouco de história I

Volto à busca da Luciana. Ela, certamente, queria saber quem é este tal George Miller. Uma curiosidade que se justifica. Parece que Miller não é muito conhecido nos meios pedagógicos. Mas os educadores que hoje lêem Piaget e Vygostky têm uma grande dívida para com Miller e outros pioneiros da psicologia do conhecimento. Pouca gente tem hoje uma consciência clara da dificuldade pelas quais passaram os pioneiros da batalha contra o positivismo que dominou a psicologia até a década de cinquenta. Num livro clássico do construtivismo - Schooling and the Acquisition of Knowledge, 1977 - um dos editores da obra, R.C. Anderson, faz a seguinte observação:

Um grande número de cientistas sociais americanos apenas muito recentemente se convenceu de que os pressupostos de suas visões tradicionais do mundo estavam fundamentalmente erradas. Eles eram empiricistas tanto no sentido filosófico como metodológico do termo. Ou seja, viam o organismo humano como algo conduzido por 'inputs' sensoriais. Na psicologia tradiocional dizia-se que os estímulos 'evocavam' e mesmo 'controlavam' as respostas. Sempre se supôs que as estruturas, processos e padrões de ordem superior podiam ser entendidos como concatenações de unidades simples, mas pouco progresso acontecera no sentido de acabar com tal interpretação. Chomsky (1957) desferiu um golpe forte contra o behaviorismo, demonstrando que é logicalmente impossível explicar a proficiência linguística em termos de cadeias de estímulo e resposta. (...) Mas educadores como Bruner (1960) e Ausubel (1962), pioneiros do construtivismo nos EUA [..] eram vozes que clamavam no deserto, trabalhando fora dos caminhos predominantes, ignorados por quase todo mundo, e perseguidos por alguns. (p. 416/7)

Os pioneiros das ciências do conhecimento tiveram grandes dificuldades para superar a poderosa organização de uma psicologia cujas bases eram fenômenos observáveis e mensuráveis. No Brasil, no começo dos anos setenta, falar de uma psicologia interessada em pensamento e consciência era quase impossível. Num congresso de psicologia em 1971, vi um pobre estudante sendo vaiado por mais de cinco minutos porque tentou apresentar um estudo que continha a palavra consciência no título. Miller, ao lado de Jerome Bruner e outros, começou sua carreira em tal ambiente e lutou muito para propor um novo caminho para a psicologia da educação, o caminho hoje triunfante do consrutivismo. Numa próxima postagem vou contar um pouco mais dessa história citando observações de Jerome Bruner.

Friday, May 27, 2005

Computadores, Web & George Miller


Solicitei às minhas alunas do 4° de Pedagogia leitura de um artigo clássico de George Miller: Computadores na educação: uma visão não orwelliana. O texto é muito interessante, escrito no começo dos anos oitenta ainda tem atualidade surpreendente. Luciana dos Anjos, uma de minhas estudantes, tentou , em seu blog, fazer um pequeno levantamento de como George Miller aparece na Web. Não foi inteiramente bem sucedida. Há milhares de Georges Miller no mundo www. O mais afamado hoje em dia é um deputado pelo estado da Califórnia que nada tem a ver com o velho e bom George A. Miller da psicologia e ciências do conhecimento, autor do texto seminal The Magical Number Seven: Plus or Minus Two: Some Limits on Our Capacity for Processing Information, publicado em 1956 na Psychological Review.


Para que toda essa conversa? Para mostrar duas coisas: 1. não é fácil, sem algum conhecimento prévio, fazer levantamentos de informação no espaço web; 2. Miller é uma das celebridades das ciências do conhecimento e tem uma obra que vale a pena conhecer. O artigo que recomendei situa algumas direções importantes em termos do uso de computadores em educação, ressaltando que humanidade e natureza são dimensões que não mudam substancialmente com o advento dos "cérebros eletrônicos".

Dodges no Brasil

Na foto, de Bárbara Dieu, professora do Liceu Pasteur, aparecem Bernie e June Dodge à direita, Cristiana Assumpção, do Colégio Bandeirantes, no centro, eu (Jarbas) e minha mulher (Ana) à esquerda. O encontro aconteceu momentos antes da palestra do Bernie sobre WebQuests e Aprendizagem Cooperativa, no Senac Consolação, dia 18 de maio de 2005. Essa nova vinda do Bernie ao Brasil iluminou de modo muito especial nosso entendimento de como planejar e usar WebQuests em educação. Agradeço minha amiga Bárbara Dieu pela gentileza da remessa da foto.



Posted by Hello

Tuesday, May 10, 2005

Poder dos Blogs

Reproduzo aqui citação que minha amiga Carmé Barba, educadora espanhola, fez na lista de discussão da Catalunha sobre webquests..

extret del blog de Rafael Robles http://vidadeprofesor.blogia.com/

"Queridos estudiantes: Jamás permitáis que anulen vuestras ideas o que impidan que frenéis a los que van avasallando por el mundo, haciendo de éste una inmensa bola de dolor. Tenéis el enorme poder de hacer de este planeta un lugar mejor y esto se empieza criticando con fiereza y a la cara a los que sólo dan sufrimiento a las gentes. Cuando uno calla ante la injusticia se convierte en cómplice de la misma. ¡Romped el silencio y decid las cosas con educación pero con rigor y firmeza! ¡Eliminemos la estupidez del mundo!"El poder de les idees? , el poder dels blogs? , el poder d' internet?

Sunday, May 08, 2005

Fundo fantástico.

Posted by Hello

Microcontos do Zeca

Mais um autor no time: Zeca Ildefonso. Reproduzo aqui mensagem e microcontos enviados por ele:
"Professor, Grande a idéia do microconto. Se a coisa crescer, o que acredito, poderiamos juntar tudo e pensar na publicação de livro. Por exemplo;" Os primeiros mil microcontos". Até eu cometi uns. Lá vai:

Bebia muito. Faliu. Bebera o bar.

Comia feijoada como um porco. Era praticamente um canibal.

Sempre andou direito mas por linhas tortas. Tinha 14 graus de miopia.

Abraço. Zeca "

Saturday, May 07, 2005

Exemplo de WebGincana

Estou desenvolvendo com minhas alunas de Pedagogia um modelo de organização de informações para a aprendizagem de fatos com o apoio de recursos Web. Há algumas razões para isso.

  • Primeiro, a sugestão docente "pesquisem na internet" é um convite a naufrágios no grande mar da rede mundial de computadores ou um incentivo ao corte-e-cole. É preciso ter "método" para usar Internet em educação. O espontaneísmo do "pesquisem na Intenet" certamente não é um "método".
  • Segundo, há necessidade de criação de diversos modelos que possam servir de referência para professores que queiram utilizar a Internet com bom aproveitamento e autorando suas propostas.
  • Terceiro, há necessidade de investigações que mostrem caminhos adequados para uso da Internet na aprendizagem de diferentes tipos de conhecimento.
  • Quarto, é preciso que nossos alunos aprendam a ler na Internet; não apenas a "ver" sites.
  • Quinto, é tarefa docente selecionar sites de qualidade para enriquecer as "pesquisas" dos alunos.

Para conteúdos mais exigentes em termos de habilidades cognitivas já existe um modelo bem conhecido, o modelo WebQuest. Mas ainda não existe nada muito bem estruturado para a aprendizagem de conteúdos factuais (aqueles itens de informação que precisam ser apenas armazenados ou reconheidos pelos alunos). É nessa faixa que estamos trabalhando. A inspiração vem do modelo Scavenger Hunts, bastante utilizado por professores americanos. Mas, ao utilizarmos o termo WebGincana, quisemos acrescentar às tradicionais caças ao tesouro elementos mais dinâmicos de jogos, além de sugerir algumas atividades extra-computador para fazer jus ao espírito de uma gincana.

Aqui não é espaço adequado para mais explicar o que entendemos por WebGincana. O melhor é exemplificar. Por isso convido o leitor a dar uma olhada numa WebGincana feita por Luciana, Larissa e Regina, minhas alunas de Pedagogia.

Microcontos: novos autores

Microcontos: isso pega. Velhos companheiros de trabalho me mandaram mensagens interessadas e interressantes sobre microcontos. Mais que isso: muitos deles produziram algumas jóias. Publico aqui parte dessa produção.

A música enchia o ambiente, mas a sala estava vazia. Imaginei que você voltaria logo. (A. Morales)

Ele falou: me dói a alma. Ela lhe deu um beijo prá iniciar a cura. (Pablo Rico)

Atendeu a porta pela janela. Afastou a cortina, fez um sinal com o indicador e voltou à sua rotina. (P. Pelarin)

Ao comemorar a premiação com os amigos, bebeu o prêmio. (F. Cordão)

Viajou para aprender nova língua. Ficou mudo. (F. Cordão)

Belos ensaios de microcontos. Espero que os autores aqui publicados e outros companheiros enviem mais contribuições. O formato é um exercício atraente de escrita econômica e elegante.

Monday, May 02, 2005

Mais microconto

Sem ilusões:

Recebeu flores murchas. Era um amor maduro.

Sunday, May 01, 2005

Microcontos

Microcontos, item da cultura blogueira, é uma história contada ou sugerida com economia de palavras. Nemo Nox, premiado blogueiro, está editando uma página de microcontos, a casa das mil portas. Para Nox, microcontos são histórias contadas com o máximo de cinquenta letras (uma concepção que exige muita economia verbal). Há autores que acham que não é preciso ser tão econômico, colocando o limite máximo em três linhas de texto. Essa parece ser a concepção de Ana Paul, autora de microcontos deliciosos.

Acho que microcontos é uma forma de desafiar escreventes do espaço Web para que estes aprendam a expressar-se de um modo adequado nas novas mídias. Texto curto, mas prenhe de significados, é uma exigência para quem queira produzir comunicações escritas para a tela. Por essa razão, estou desafiando minhas alunas a produzir em seus blogs pelo menos um microconto. Aguardo com alguma ansiedade os resultados.

Para dar bom exemplo, ensaio aqui alguns microcontos, todos com a economia verbal definida por Nemo Nox:

  • Não sabe o segredo. Esqueceu as memórias dentro do cofre.

  • Ela passeia no shopping, mas compra na 25 de março.

  • Virou manchete. Sempre foi notícia ruim.

  • Era um doce dietético, sem açúcar, sem afeto.

Tuesday, April 26, 2005

Outros blogs da Pedagogia

Duas outras alunas publicaram, finalmente, seus blogs:

Monday, April 25, 2005

Edublogueiros do Brasil: Su Gutierrez

Inauguro uma série de posts sobre edublogueiros do Brasil, comunicando meus contatos e preferências no mundo dos blogs educacionais ou para a educação. Começo com o blog de Onde anda su? , de Suzana Gutierrez. É um espaço excelente sobre dicas técnicas, com muita informação sobre blogs, educacionais ou educantes em seu conteúdo. Vale a pena listar no Favoritos e visitar com frequência. Su é uma craque de usos do espaço Web para fins de pesquisa e educação. No Onde anda su? os interessados vão encontrar mais indicações sobre outros blogs e páginas da Suzana.

Wednesday, April 20, 2005

Fotos interessantes

Galo do snowsuit


Nos feriados de Tiradentes, deixei esse belo galo decorando a primeira entrada do Aprendente. Devo uma explicação. O charmoso galináceo é foto do de um site canditado ao prêmio Webby Wards 2005. Vejam notícia sobre tal prêmio na Folha Online.O site em questão publica sobretudo fotos sobre gente que vive à margem dos benefícios da rica sociedade americana. Pode ser uma boa fonte para quem está fazendo WebGincanas e à procura de imagens para enriquecer as informações com as quais está trabalhando. Quem quiser acessar o material em tela, basta entrar no snowsuit.

Sunday, April 17, 2005

É proibido blogar

Copio aqui uma velha nota do meu antigo blog chamado Nova Educação. A tal nota dizia:

Sábado, Janeiro 31, 2004
Hoje (será que ainda é 30?) palestrei no Sion. Ao testar os computadores do colégio, verifiquei que os blogs estão censurados. Por que será? Provavelmente a ferramenta de bloqueio da Internet não admite endereços com os termos Blogger e blog. Motivo? Blogs geralmente são textos do tipo diário pessoal. Para os censores isto é distração, lazer, motivo de dispersão no trabalho. Uma pena! Vai daí que usar blogs em educação é uma opção que contraria a seriedade do establisment. Num certo sentido isso é bom: frutos proibidos são mais saborosos.
# posted by Jarbas @ 12:13 AM
Esse tema mereceu recentemente (ver comentários ao post The Longest Day, de March 1, 2005) observações parecidas no blog do Bernie.
Bloqueadores utilizados por empresas têm blogs como um de seus alvos. Acho isso uma bobagem. Se "não perder tempo" com blogs, o empregado vai achar outra forma arejar o espírito e evitar a chateação de um trabalho contínuo.

Trabalho genial na Web



Acabo de escrever a seguinte mensagem para um educador espanhol:

Caro Javier,
Acabo de percorrer as principais partes do trabalho que você me enviou. Em português do Brasil, tento expressar numa única palavra minha primeira impressão: GENIAL! Creio que esta aula sobre o "holocausto" preenche todos aqueles objetivos clássicos da educação recuperados recentemente por Howard Gardner em The Disciplined Mind: Verdade, Bondade e Beleza. Seu material mostra com muita força a Verdade histórica do Holocausto, promove sentimentos na direção de uma Moralidade (Bondade) que se faz necessária para que possamos superar a barbárie, e tem uma Beleza rara em materiais educacionais.
Vale a pena ver (e ouvir) o material produzido por Javier. A WebQuest e documentos sobre o holocausto podem ser encontrados em http://www.interpeques.com/trabajos/webquestholocausto/html/principal.html .

Dicas sobre usos educacionais de blogs

O texto que segue, escrito por um experiente professor blogueiro, pode nos ajudar a descobrir muitos caminhos na utilização de diários eletrônicos para fins de aprendizagem:

Você pode criar um diário eletrônico reflexivo para …


Refletir sobre suas próprias experiências docentes.
Ter um registro sobre experiências de capacitação docente.
Escrever a descrição de uma unidade específica de ensino.
Descrever o que funcionou para você na sala de aula, assim como o que não funcionou.
Fornecer alguma dica de ensino para outros docentes.
Escrever o que você aprendeu com outro professor.
Explicar os insights que você tem a partir do que acontece na sala de aula.
Compartilhar idéias de atividades de ensino ou jogos de linguagem para uso em sala de aula.
Fornecer dicas de “como fazer” no uso específico de tecnologias em sala de aula, descrevendo como você usou determinadas tecnologias em sua classe.
Explorar assuntos importantes sobre ensino e aprendizagem.


Você pode iniciar um blog da classe para …


Postar mensagens sobre informações úteis tais como calendário, agenda de eventos, tarefas de casa e etc. Postar tarefas baseadas na leitura de referências recomendadas, e solicitar aos alunos que respondam em seus próprios blogs, criando um tipo de portfólio de seus trabalhos.
Comunicar-se com pais se você está ensinando numa escola elementar.
Postar desafios para a escrita.
Fornecer exemplos de trabalho em sala de aula, de atividades de vocabulário, ou de jogos gramaticais.
Fornecer exercícios de leitura on line para que seus alunos leiam e “reajam”.
Reunir e organizar recursos da Internet para cursos específicos, fornecendo links para sites apropriados assim como informações sobre sua relevância.
Postar fotos e comentários sobre atividades em classe.
Convidar os alunos a comentarem ou postarem mensagens sobre determinados assuntos com o objetivo de lhes dar “voz” por meio da escrita.
Publicar bons exemplos de redações dos alunos.
Expor produtos de arte, poesia e histórias criativas dos alunos.
Criar um site de ensino dinâmico, postando não somente assuntos relacionados com atividades da classe, mas também atividades, tópicos de discussão, links com informação adicional, informação sobre tópicos que os alunos estão estudando, leituras para inspirar a aprendizagem.
Criar círculos de literatura.
Criar clubes do livro on line.
Fazer uso do comentário para que os alunos publiquem mensagens sobre tópicos utilizados no desenvolvimento de habilidades lingüísticas.
Solicitar aos alunos para eles criarem seus próprios blogs individuais do curso, onde postarão suas próprias idéias, reações e trabalhos escritos.
Postar tarefas para levar em frente aprendizagens baseadas em projetos.
Editar jornais de classe, usando artigos escritos por alunos, assim como fotos que eles possam ter produzido.
Linkar sua classe com outra classe em qualquer lugar do mundo.


Você pode encorajar seus alunos (seja em seu blog, seja por encorajamento via comentários nos blogs individuais deles)a publicarem...


Suas reações a questões intelectualmente instigantes.
Suas reações a fotos que você tenha postado.
Diários pessoais.
Resultados de investigações que eles tenham realizado sobre um tópico do programa.
Suas idéias e opiniões sobre tópicos discutidos em classe.


Você pode incentivar seus alunos a criarem blogs para…


Aprender sobre blogs.
Completar tarefas de redação.
Criar um portfólio sobre sua produção escrita.
Expressar suas opiniões a respeito de tópicos que estão estudando.
Escrever comentários, opiniões, ou questões sobre o noticiário dos jornais ou assuntos de interesse pessoal.
Discutir atividades e dizer o que pensam sobre elas (Você, professor, pode aprender muito com isso!).
Escrever sobre tópicos do programa de estudos, utilizando o novo vocabulário aprendido assim como novas expressões idiomáticas.
Mostrar suas melhores redações.


Você também pode solicitar à classe para criar um blog comunitário para...


Completar trabalho de projeto em pequenos grupos, designando para cada grupo uma tarefa diferente.
Expor produtos de aprendizagens baseadas em projeto.
Completar uma WebQuest.

Original: “Ways to use weblogs in education” encontrável em http://anvil.gsu.edu/EduBlogInsights/2004/10/05
(Tradução e adaptação: Jarbas Novelino Barato, São Paulo, 2005)

Tuesday, April 12, 2005

Avaliação em WebQuests

Avaliação Autêntica


Texto traduzido e adaptado a partir de notas em the webquest page
Jarbas N Barato/2004


Introdução

Quantas vezes você já tentou dar notas para os trabalhos de seus alunos e descobriu que os critérios de avaliação eram vagos e a descrição do desempenho esperado era nitidamente subjetiva? Você seria capaz de justificar a nota ou resultado da avaliação se tivesse que defender uma ou outro? A rubrica é um instrumento de avaliação autêntica, particularmente útil no tratamento de critérios avaliativos que são complexos e subjetivos

A avaliação autêntica é conduzida por métodos avaliativos que guardam a maior correspondência possível com a experiência da vida cotidiana. Ela foi desenvolvida inicialmente em artes e formação profissional, áreas nas quais a verificação da aprendizagem sempre foi baseada em desempenhos Numa e noutra, o instrutor observa o aprendiz no processo de trabalho ou na realização de algo concreto, fornece feedbacks, monitora o uso de feedbacks por parte do aprendiz, e ajusta a instrução e a avaliação de acordo com os resultados observados. A avaliação autêntica traz esses princípios do avaliar do concreto para todas as áreas do currículo.

A rubrica é uma ferramenta da avaliação autêntica, desenhada para simular atividade da vida real em que os alunos estão engajados na solução de problemas concretos. Ela é um tipo de avaliação formativa, pois faz parte de um processo holístico de ensino-aprendizagem em andamento. Os próprios alunos se envolvem no processo avaliativo, por meio de avaliações interpares e auto-avaliações. Na medida em que se familiarizam com a idéia de rubrica, os alunos podem ajudar no processo de elaboração de instrumentos de avaliação. Esse envolvimento faz com que eles ganhem poder na administração de sua aprendizagem e, com isso, o seu aprender se torna mais focado e mais auto-orientado. A avaliação autêntica elimina as fronteiras entre ensino, aprendizagem e avaliação.

É vantajoso usar rubricas no processo avaliativo porque elas:

  • permitem que a avaliação se torne mais objetiva e consistente
  • obrigam o professor a clarear seus critérios em termos específicos
  • mostram claramente ao aluno como o seu trabalho será avaliado e o que é esperado em termos de resultado
  • desenvolvem no estudante a consciência sobre os critérios a serem utilizados em avaliações de desempenho entre pares
  • oferecem feedback útil a respeito da efetividade do ensino
  • oferecem benchmarks com as quais é possível fazer comparações e medir o progresso do aluno

Podem-se criar rubricas com variadas formas e níveis de complexidade, porém, qualquer rubrica deve conter as seguintes características comuns:


- foco na mensuração de objetivo estabelecido (desempenho, comportamento, ou qualidade)
- uso de uma referência de classificação para situar o desempenho
- estabelecimento de características específicas de desempenho, organizadas em níveis que indiquem o grau de alcance de certo padrão


Neste módulo, você irá criar sua própria rubrica para avaliar o desempenho dos alunos num dado objetivo. Artigos da Web e alguns exemplos de rubricas irão direcionar seu esforço e estimular sua criatividade.
Recursos

Estude esses artigos sobre avaliação autêntica e uso de rubricas:
The Case for Authentic Assessment ERIC Document ED 328 611
Empowering Students through Negotiable Contracting by Andi Stix, Ed.D. (Requer Adobe Acrobat Reader)

Authentic Assessment Overview - Pearson Education Development Group

Dê uma olhada nos seguintes exemplos de rubricas:

Collaboration
HyperStudio Stack
Journal
Web page
WebQuest
Firsthand Biography


Use essas guidelines (orientações) para ajudá-lo a criar sua rubrica no próximo exercício.
Exercício

Depois de ler os artigos sobre avaliação autêntica e desenvolvimento de rubricas, já tendo, portanto, examinado alguns exemplos, você terá a oportunidade de desenhar a sua própria rubrica. Siga, para tanto, o processo abaixo:
1. Trabalhe com um companheiro na criação da rubrica.
2. Selecione um desempenho de seus alunos que você deseja avaliar. Seguem aqui algumas sugestões, caso você não encontre algo de sua própria lavra:

  • Uma apresentação oral ilustrada por meio de HyperStudio.
  • A uma página web mostrando os resultados de uma pesquisa.
  • Uma representação teatral
  • Um projeto colaborativo para pesquisar um tópico e produzir um VT com as informações conseguidas.

  • 3. Faça o Download de rubric template.
    4. Preencha o gabarito (template) com seus critérios. Verifique se você está incluindo o objetivo ou comportamento (categorias), referência classificatória/nível, e o grau de alcance. Escreva descrições específicas de desempenhos esperados dos estudantes para cada nível.
    5. Compartilhe a sua rubrica já elaborada com outro grupo.
    Para Explorações Futuras

    Quer saber mais sobre rubrica? Seguem aqui oito fontes de informação que podem ser úteis.
    Web Sites
    Rona's Ultimate Teacher Tools
    Este excelente site tem links para um bom número de exemplos num amplo leque de areas.
    Rubrics: Inspire your Students and Foster Critical Thinking Esta série de cinco partes explora como um professor desenha, refina, e implementa rubricas numa grande variedade de matérias.
    TeAch-nology's Rubric GeneratorsRubistarClassWeb Rubric Builder
    Estes três sites apresentam diferentes abordagens para ajudar o usuário a criar rubricas online. Uma delas provavelmente preencherá suas necessidades.

Conclusão

As rubricas são um instrumento de verificação efetivo para avaliar o desempenho dos alunos em áreas complexas e de definição vaga.Os alunos, envolvidos na criação de rubricas, tornam-se mais responsáveis por sua própria aprendizagem, ganham poder ao serem envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, e têm um idéia mais clara do que é esperado em termos de desempenhos específicos. Os cidadãos passam a ter informações mais claras sobre a avaliação dos alunos e os objetivos do ensino. Os professores deixam mais claros suas metas, expectativas e foco, e até mesmo sentem que seu trabalho com papelada fica reduzido porque os alunos passam a fazer parte do processo de verificação do próprio desenvolvimento. Há, porém, um problema no uso de rubricas Segundo Harry Tuttle, um especialista em tecnologia de ensino no distrito escolar de Ithaca: "eles vão ao querer rubricas para tudo que aprendem”.
Original de Nancy Pickett & Bernie DodgeÚltima revisão: 20m de junho de 2001.
Tradução e adaptação: Jarbas Novelino Barato
Versão de 25 de fevereiro de 2004.

Wednesday, April 06, 2005

Licenciatura das terças

Assim como em outras turmas da Licenciatura, o pessoal das terças está encaminhando para mim, via e-mail, o exercício do dia. É um uso simples, mas muito eficiente da Internet. Para funcionar bem, os alunos têm de considerar o laboratório como um "local de trabalho". É o que faz essa turma das terças. Gente muito bem humorada, responsável e produtiva.

Tuesday, April 05, 2005

A escrita está morrendo?

Percorro os blogs do 4° ano de Pedagogia. Poucas novidades. Produção muito pequena. Por que será? Analistas radicais dos meios de comunicação anunciam o fim da escrita ou uma redução significativa do "mundo das letras". Isso tem a ver com educação. Já escutei mais de uma vez professores dizendo que é preciso reduzir as demandas de leitura dos alunos, assim como simplificar textos indispensáveis para a aprendizagem de alguns conteúdos. Dizem tais mestres que "é isso que os alunos querem". Quem pensa dessa forma acha que outros meios podem substituir a escrita sem perda de conteúdo. Infelizmente isso não é verdade. Menos escrita e menos leitura significarão diminuição de capacidade analítica e de senso de história que foram ganhos com o mundo das letras. Por isso vou continuar insistindo em maior produção nos blogs de minhas alunas

Monday, April 04, 2005

Uma foto indecente



Em postagem anterior falei de um leitor da Folha que tinha reclamado das fotos que o jornal publicara sobre mais uma chacina. Uma das tais fotografias é a que se vê acima. Os passantes parecem apenas curiosos. Para eles, nada mais que um outro assassinato. Rotina. Que culpas teria essa mulher?
  • Era negra
  • Andava pela rua às oito da noite
  • Era pobre

Sunday, April 03, 2005

A vida não vale nada

O título de uma melodia famosa de Pablo Milanes - " A vida não vale nada" - virou manchete permanente de notícias sobre o Brasil. Na sexta que passou, mais uma matança de gente pobre, trabalhadora e inocente aconteceu na Baixada Fluminense. Ao ler os jornais no sábado, minhas emoções foram da indignação à uma resignada aceitação do que está acontecendo à nossa volta. Fiquei me achando covarde: como é que trinta pessoas são mortas de modo absurdo e eu apenas fico no meu canto calado? Mell, um velho amigo americano, por muito menos - uma notícia sobre corrupção no Brasil em 1982- me disse que os brasileiros tinham sangue de barata. Na ocasião argumentei que ele estava exagerando. Expliquei-lhe que somos muito pacientes. A chacina mais recente parece dar razão ao Mell: somos covardes.Vivemos num estado de barbárie e fazemos de conta que a extrema violência que está matando absurdamente pessoas inocentes em nossas periferias é problema deles.

A Folha publicou algumas fotos dos mortos. Gente pobre e mulata, surpreendida pelos assassinos no meio da rua, em botecos, e a té mesmo em locais de trabalho. Chorei um choro sem lágrimas vendo aquela pobre gente morta. Que país é esse? Que povo somos nós? As medidas tomadas pelo governo, estadual e federal, vão resultar numa investigação que dará em nada.O próprio governo do Estado do Rio acha que os assassinos são policiais que resolveram mostrar seu desagrado com relação a uma possível investigação de corrupção da polícia. Nenhuma medida para acabar com as raízes de tanta violência. As chacinas vão continuar. Impunemente.

Hoje, na coluna dos leitores da Folha, um assinante escreveu nota indignada contra o jornal por causa da publicação das fotos de alguns dos assassinados. Disse que tem crianças em casa. Perguntou como a Folha ousa divulgar fotos que poderão ofender a inocência de seus filhos. Pois é... Chegamos a esse ponto: nossa classe média não quer que os filhos vejam o tamanho da violência que está atingindo nossos pobres. Por causa de reações como essa, fico com a impressão que a violência contra os mais pobres vai aumentar. Indignação mesmo só quando a barra pesada dos confins das cidades fizer alguma vítima nos Jardins.

E os educadores? Vão ficar calados? Ou assassinato de trinta pessoas inocentes é uma coisa normal?

Friday, April 01, 2005

Imagens para WebGincanas




Reproduzo aqui uma das figuras de um site que oferece, gratuitamente, recursos de imagem para quem estiver interessado em publicar páginas na Web. O material é bastante útil para autores de WebGincanas. A página em análise oferece um número expressivo de opções para barras de separação de tópicos, ilustrações, pequenos ícones com movimento etc. Os interessados podem visitar a mencionada página em Bellsnwhistles.

Wednesday, March 30, 2005

Meu livro em site internacional

Logo da redetis

Com grata surpresa, descobri que meu livro "Educação Profissional: saberes do ócio ou saberes do trabalho?" mereceu um resumo numa rede internacional de investigadores da área educação & trabalho. Gente interessada pode ver o resumo na página da Redetis, em Publicaciones recientes na seção Difusion do menu que está na coluna da esquerda. Veja o que dizem sobre o meu livro clicando em Redetis.Comentários serão bem vindos.
É bom notar que a rede aqui mencionada é uma boa fonte de informação para educadores que estudam formação profissional, emprego, educação de jovens e educação de adultos.

Outro blog da Pedagogia

Publico aqui mais uma indicação de blog de aluna da Pedagogia:

Sunday, March 27, 2005

Depoimento de uma professora blogueira

From Laura Shefler:(Um case study que vale a pena ler...) "Os weblogs são um tipo de trabalho que tem tanto substância acadêmica como substância literária. Em seus blogs, os alunos exercitam pensamento crítico, assumem riscos criativos, e utilizam de modo sofisticado a linguagem. Ao fazer isso, eles desenvolvem habilidades que poderão ser úteis tanto em sua vida escolar como em outros contextos." . "Por meio de uma prática de sucesso em vez de uma teoria, este projeto sugere a possibilidade de que alguns trabalhos que os alunos precisam fazer para ler bem, responder criticamente a estímulos intelectuais, e escrever de modo consistente, podem ser concretizadom sob circunstâncias muito diferentes daquelas encontradas nas escolas."

O trecho acima é tradução de um texto que integra um conjunto de depoimentos de professores sobre usos de blogs em educação. Talvez a professora Laura tenha exagerado na dose. De qualquer forma, a gente sabe intuitivamente que os blogs criam um espaço de redação que nehnuma forma tradicional oferece. Publicar o próprio texto, vê-lo na Internet, saber que qualquer leitor poderá ver o que escrevemos, editar nosso texto de modo profissional etc. são circunstâncias que mudam radicalmente as coisas. Comparem um texto de blog com aqueles "papeluchos" entregues para a professora. Um texto no blog fica muito mais interessante.

Há muito que descobrir sobre usos de blogs para fins educacionais. Laura Shefler aponta o caminho: aprender fazendo. Teorizar sobre a matéria poderá gerar artigos, papers, teses e livros. Mas fazer um blog possivelmente gera idéias imediatas de "como eu gostaria de trabalhar uma escrita reflexiva com meus alunos". Espero que esse caminho nos ensine modos de fazer que melhorem cada vez mais as habilidades comunicativas de nossos alunos.

Thursday, March 24, 2005

WebQuests da Pedagogia 2003

No começo da semana, andei levantando nos meus guardados exemplos de WebQuests feitas por alunos meus. Encontrei um número expressivo de materiais criados por alunas da Pedagogia, em 2003, e ainda presentes no espaço Web. E fiquei com a impressão de que devo ter avaliado mal aqueles trabalhos: eles certamente são melhores que as notas que lhes atribui. Vejam a relação do que encontrei: