Tuesday, January 16, 2007

Educação: demitir "velhos" para inovar (2)

Pretendia considerar mais imediatamente outros aspectos relacionados com o episódio de dispensa de "velhos" educadores em nome da inovação. Mas resolvi deixar novas considerações para mais tarde. Motivo: comentários de duas amigas blogueiras que indicaram o potencial de discussão que minha mensagem poderia ter. Um dos comentários foi o da Miriam Salles que repercutiu meu post no blog dela. Outro comentário foi o da Carmé Barba que traduziu o meu texto para o catalão e o colocou como tema do mês numa "bitacora" coletiva. Ao perceber a possibilidade de realizar uma boa conversa sobre certos rumos da tecnologia educacional a partir do mencionado episódio, decidi dar um tempo, convocar alguns educadores amigos, e aguardar mais comentários. Objetivo: afinar minha viola para a animação futura de um fórum dedicado à próxima Jornada Catarinense de Tecnologia Educaciohnal. Em outras palavras, estou utilizando a oportunidade para descobrir modos de propor uma conversa produtiva sobre usos das TIC no espaço educacional. Enquanto isso, as considerações que eu havia planejado vão ficar na gaveta.

1 comment:

Anonymous said...

Caro companheiro Jarbas:
Gosto sempre de tudo o que você escreve. Suas considerações são muito importantes para os ensinantes, além de sua linguagem ser clara, elegante e bela!
As questões que levanta, ou provoca sobre o uso da informática na Educação e a modernidade dos professores, leva-me a pensar sobre o que considero alguns equívocos a respeito da informática e a inclusão digital.
Outro aspecto importante no seu texto é o preconceito e a exclusão, à medida que, hoje, o mundo do trabalho, também, exclui as pessoas com mais idade, em nome da modernidade, alegando que os jovens estão mais conectados – embora haja dificuldade de eles conseguirem emprego por falta de experiência!
Ora, já há um exército de excluídos na sociedade contemporânea: os pobres das periferias das cidades; os sem-escola; os sem-teto; os negros; os jovens sem experiência de trabalho; os índios; os sem-emprego e, nessa relação, acrescentem-se os excluídos por idade, desprezando, assim, os saberes acumulados e a experiência, em nome do desenvolvimento, e esquecendo que a renovação do conhecimento e a inovação somente acontecem com o exercício cotidiano da prática e do pensar sobre ela.
De nada adianta o computador e a informática, se a instrução e a análise do mundo e de sua história não estiverem fundamentadas em sólidas bases que levem as pessoas a modificar e transformar suas vidas.
Se a tecnologia é o conhecimento aplicado, nada mais oportuno do que aliar os saberes produzidos pela humanidade e facilitar, por meio das ferramentas da informática, do computador e das demais técnicas didático-pedagógicas, que as pessoas procurem as informações, analisem, comparem, selecionem as importantes e apliquem-nas para a solução dos problemas.
Dessa forma, penso ser mais fácil produzir conhecimento e a Educação contribuir para a inclusão social. Assim, considero ser uma das questões para o aprofundamento dessa tal modernidade dos ensinantes e o desenvolvimento dos aprendentes, a discussão sobre a Informática e a Educação: os saberes e a inclusão digital – significados e perspectivas para a transformação social.
Desculpe-me se escrevi demais. É que o assunto é muito empolgante!
Abraços
Cleo