Hoje tive uma conversa muito agradável com a equipe do Educarede. Discuti com eles um texto que elaborei a pedido da Fundação Telefônica para subsidiar trabalho de avaliação do citado portal. Em meu escrito fiz diversas considerações sobre a Sociedade da Imagem, abordando sobretudo as questões de um domínio crescente dos valores incorporados pela mercadoria-imagem. Mas, na conversa que tive com a equipe do portal, surgiram diversos comentários sobre a importância da imagem como informação significativa na intermediação de saberes. Nesse sentido, se quisermos conhecer uma época, as imagens que ela produziu são um elemento indispensável para estabelecer pontes de entendimento com (e sobre) nossos avós.
Como faço referência em meu texto à famosa cartilha ilustrada de Comenius, Orbis Pictus, fui atrás de mais informação sobre imagem e educação depois da conversa com o pessoal do Educarede. E no caminho encontrei uma galeria de imagens sobre educação, não por acaso chamada de Orbis Sensualium Pictus. E para meu contentamento, a citada galeria tem, na mostra de capas de revistas que retratam visões da cultura popular sobre educação, uma imagem preciosa que eu já tinha visto no New York Review of Books. A tal imagem é uma aula inteira sobre concepção do educar nos anos de 1920. Trata-se da capa do The Saturday Evening Post, de 26 de junho de 1926. Vejam isso na figura abaixo. Uma preciosidade. Vale a pena visitar a galeria e dar uma olhada em imagens da educação nas primeiras décadas do século passado.
Espaço de comunicação sobre Weblogs em educação, WebQuests, WebGincanas e outros recursos TIC, além de eventuais comentários sobre o que rola no mundo.
Tuesday, July 19, 2005
Tuesday, July 12, 2005
Memória semântica e memória episódica
Faz umas três semanas que terminei de ler o mais recente romance de Umberto Eco. Uma delícia! E para a geração do gibizeiros então é uma conversa com um amigo de infância. Recomendo. No Brasil, o livro, A Misteriosa Chama da Rainha Loana, foi editado pela Record. Creio que não quebro direitos autorais, citando um trecho do Eco que clareia muito distinções sobre tipos de memória. Diz ele lá pela página 18 de Rainha Loana:
Temos diversos tipos de memória. Uma se chama implícita e nos permite executar sem esforço uma série de coisas que aprendemos, como escovar os dentes, ligar o rádio e dar nó na gravata. [...] Quando a memória implícita nos ajuda, não temos nem consciência de que recordamos, agimos automaticamente. Depois tem a memória explícita, com a qual recordamos e sabemos que estamos recordando.Mas essa memória explícita é dupla. Uma é aquela que a tendência agora é chamar de memória semântica, uma memória coletiva, aquela através da qual se sabe que uma andorinha é um pássaro... [...] Essa é a primeira que se forma, mesmo na criança; a criança aprende rapidamente a reconhecer uma máquina, ou um cão, a formar esquemas gerais [...] Mas, por outro lado, a criança leva mais tempo para elaborar o segundo tipo de memória explícita, que chamamos de episódica ou autobiográfica. Não é capaz, por exemplo, de recordar de imediato vendo um cachorro, de que no mês anterior esteve no jardim da avó e viu um cão e que foi ela própria que viveu as duas experiências. É a memória episódica que estabelece um nexo entre o que somos hoje e o que fomos, senão, quando disséssemos eu, estaríamos nos referindo apenas àquilo que sentimos agora, não ao que sentíamos antes.
Perfeito! Muito mais claro que todos os livros acdêmicos que já li sobre a matéria. Acho que devíamos convidar romancistas para escrever livros de ciência.
Temos diversos tipos de memória. Uma se chama implícita e nos permite executar sem esforço uma série de coisas que aprendemos, como escovar os dentes, ligar o rádio e dar nó na gravata. [...] Quando a memória implícita nos ajuda, não temos nem consciência de que recordamos, agimos automaticamente. Depois tem a memória explícita, com a qual recordamos e sabemos que estamos recordando.Mas essa memória explícita é dupla. Uma é aquela que a tendência agora é chamar de memória semântica, uma memória coletiva, aquela através da qual se sabe que uma andorinha é um pássaro... [...] Essa é a primeira que se forma, mesmo na criança; a criança aprende rapidamente a reconhecer uma máquina, ou um cão, a formar esquemas gerais [...] Mas, por outro lado, a criança leva mais tempo para elaborar o segundo tipo de memória explícita, que chamamos de episódica ou autobiográfica. Não é capaz, por exemplo, de recordar de imediato vendo um cachorro, de que no mês anterior esteve no jardim da avó e viu um cão e que foi ela própria que viveu as duas experiências. É a memória episódica que estabelece um nexo entre o que somos hoje e o que fomos, senão, quando disséssemos eu, estaríamos nos referindo apenas àquilo que sentimos agora, não ao que sentíamos antes.
Perfeito! Muito mais claro que todos os livros acdêmicos que já li sobre a matéria. Acho que devíamos convidar romancistas para escrever livros de ciência.
Sunday, July 10, 2005
Meu livro em espanhol
O Cinterfor, serviço da Organização Internacional do Trabalho que realiza um trabalho de documentação e intercâmbio no campo de educação e trabalho para América Latina e Caribe, acaba de editar um dos meus livros em espanhol. A capa da obra aparece na postagem que fiz ontem. A tradução, ótima, é de Alice Fresno. O prólogo é do educador Gabriel Kaplún a quem agradeço as palavras gentis e a análise instigante da obra. O Cinterfor tem como norma publicar simultaneamente os livros em papel e on line. Assim, se alguém quiser dar uma olhada no texto, particularmente no prólogo de Gabriel Kaplún, basta clicar aqui.
Saturday, July 09, 2005
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