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Saturday, January 27, 2007
Uso de rubricas em avaliação
>Se for buscar a origem das rubricas, devo me reportar à taxonomia de Bloom?
_ As rubricas não se vinculam a pesquisas como a realizada por Bloom e seu grupo de colaboradores. Elas nasceram em meios que exigem claramente avaliações baseadas em produtos elaborados pelos alunos (aprendizes): as instituiçoes de formação profissional. Exemplo: como avaliar se o aluno de marcenaria aprendeu a fazer uma mesa? A resposta é óbvia: ele deverá ser desafiado a produzir uma mesa. Mas tal resposta não resolve completamentea questão. Nos meios de formação profissional sempre se questionou o subjetivismo do julgamento dos peritos (mestres, instrutores) na hora de julgar um produto feito pelos alunos. Para amenizar tal subjetivismo, surgiram algumas orientações em termos de instrumentação da avaliação. Uma delas foi a utilização de um corpo de jurados para classificar a qualidade de obras de autoria dos aprendizes. Para que um corpo de jurados funcione adequadamente é preciso estabelecer certo consenso sobre critérios a serem utilizados. Nesse caso temos um elemento chave no tipo de avaliação em análise: um lista de critérios transparentes e públicos (ou seja, o aluno sabe, desde o início do processo de ensino-aprendizagem, quais as exigências que serão consideradas na avaliação daquilo que ele produzir). Outra possibilidade que apareceu nos meios de formaçãoprofissional foi o uso de check-lists, uma relação de exigências definidoras de expectativas quanto a um produto ou a um serviço. Finalmente, com metas bastante parecidas com as das duas possibilidades anteriores, surgiram as rubricas, matrizes nas quais os avaliadores estabelecem uma lista de critérios combinada com descritores de possíveis níveis de execução. Nos meios de formação profissional, as soluções que elenquei funcionaram quase sempre como resultado de intuições dos mestres. A literatura não registra grande contribuição da academia ou da pesquisa universitária no campo em análise. As rubricas nasceram sobretudo de invenções de educadores que trabalhavam no "chão da escola". Os profissionais de educação da área achavam que tais soluções eram mais ou menos óbvias. Afinal de contas, não faz sentido avaliar capacidade de fazer uma mesa por meio de uma prova escrita sobre marcenaria...
Nos meios de educação geral, o uso de rubricas surgiu, nos Estados Unidos, por volta dos anos 70 para encaminhar a questão de como avaliar redação (cf. W. James Popham, Testing! Testing! What every parent should know about school tests, Needham Heights, MA: Allyn & Bacon, 2000). A solução rubricas é algo mais ou menos óbvio no caso da aprendizagem de redação. O aluno precisa saber que qualidade tem aquilo que ele produziu. Uma nota, no caso, representa muito pouco. O que um candidato a escrevinhador precisa saber é quais são os pontos fortes e fracos em sua produção. Para isso, o avaliador precisa estabelecer critérios que lhe permitam dialogar de modo objetivo com o avaliado. O uso de rubricas facilita tal diálogo.
Thursday, January 25, 2007
Dizer a própria palavra
Tuesday, January 23, 2007
Educação: demitir "velhos" para inovar (4)
Florêncio afiou a faca para sangrar seu cavalo
Florêncio guerra das guerras do tempo em que seu cavalo
Pisava estrelas nas serras pra chegar antes dos galos
Florêncio afiou a faca pensando no seu cavalo
Parceiros pelas lonjuras na calma das campereadas
Um barco em tardes serenas um tigre numa porteira
Pechando boi pelas primaveras sem mango sem nazarenas
O patrão disse a Florêncio que desse um fim no matungo
Quem já não serve pra nada não merece andar no mundo
A frase afundou no peito e o velho não disse nada
E foi afiar uma faca como quem pega uma estrada
Acharam Florêncio morto por cima do seu cavalo
Alguém que andava no campo viu o centauro sangrado
Caídos no mesmo barro voltando pra mesma terra
Que deve tanto ao cavalo e tanto a Florêncio guerra
Enfatizei a fala do patrão no verso "Quem já não serve pra nada não merece andar no mundo". Florêncio Guerra é uma canção de Mauro Ferreira e Luiz Carlos Borges, ganhadora da Califórnia da Canção Nativa, versão 1991. Há um site que passa uma boa idéia do que é a Califórnia, apresentando letras das músicas, relação das canções premiadas, vídeos das versões mais recentes do festival etc. Se você quiser visitar a Califórnia basta clicar aqui.
Monday, January 22, 2007
Çatalhoyuk na Web
Depois de minhas recentes leituras sobre o Neolítico, fiz alguns levantamentos na internet sobre sitios arqueológicos daquele período histórico. Descobri que há bastante coisa sobre Çatalhoyuk, a primeira cidade construída por nossa espécie. E mais: há um material feito especialmente para educação. Trata-se de uma publicação web com informações e atividades desenvolvidos para jovens com escolaridade equivalente à 7ª série do ensino fundamental: Mysteries of Çatalhoyuk. Tal publicação é uma inciativa do Science Museum of Minnesota e faz parte de uma coleção de atividades científico-educacionais que podem ser encontradas no site daquela institução.
Pena que Mysteries of Çatalhoyuk seja em inglês. De qualquer forma, vale a pena dar uma olhada no material para ver algumas possibilidades interessantes de ensino e aprendizagem de história a partir de pesquisas arqueológica importantes. O material publicado pelo museu tem um planejamento de ensino (instructional design) interessante. Acho que algumas atividades, apesar de prováveis dificuldades linguísticas, poderiam ser trabalhadas nas escolas.
Saturday, January 20, 2007
Vacina contra arrogância informacional
Thursday, January 18, 2007
Educação: demitir "velhos" para inovar (3)
O episódio que narrei em 20 de dezembro último é um exemplo da ausência de atenção para um fenômeno crescente que, sem dúvida, vai mudar radicalmente a vida em sociedade: o envelhecimento acentuado da população. Em muitas partes do mundo o grupo de pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos já é igual ou está próxima a um quinto do total dos cidadãos. As consequências de tal fenômeno no plano do trabalho e da educação ainda não estão sendo consideradas com atenção por pesquisadores, governos e sociedade. Mas já há algum esforço no sentido de entender o que está acontecendo. Em 1997, O ERIC -Education Resources Information Center publicou um resumo sobre a matéria, preparado por Susane Imel. Traduzi o trabalho da professora Imel para o português e divulguei-o com a seguinte mensagem:
Pouca ou nenhuma atenção é dada à demografia em processos de mudanças organizacionais. Fica parecendo que as novas configurações dos grupos etários não faz parte do contexto. As análises de tendências aparentemente desconhecem que a idade da força de trabalho está sofrendo alterações significativas: proporcionalmente o número de jovens trabalhadores tende a diminuir e o número de trabalhadores mais velhos tende a crescer. Ao que tudo indica, as estruturas de emprego e trabalho, dadas as tendências demográficas cujos efeitos já começam a ser sentidos, deverão mudar substancialmente para acomodar as novas configurações das faixas etárias da população economicamente ativa.
Este tema, pouco considerado nas projeções que se fazem quanto ao futuro do trabalho, mereceu um levantamento do “estado de arte” por parte da pesquisadora Susan Imel. Tal levantamento faz parte do acervo da Clearinghouse on Adult, Career and Vocational Education, o centro de educação de adultos do serviço americano de documentação sobre educação (ERIC).
Não há aqui espaço para mais comentar o levantamento bibliográfico feito por Susane Imel. Se alguém quiser cópia da tradução que cometi em 1997, entre em contato em jarbas@sdsualumni.org .