Imediatismo e urgência: marcas de nosso tempo. Em Diagnosis, Bill Chalmers e outros personagens, executivos de empresas ou simples trabalhadores da Sociedade da Informação, não têm qualquer espaço e tempo para si mesmos. De manhã, antes de chegarem ao escritório, já verificaram uns cinco recados no celular e quase certamente passaram uma parte da noite anterior checando seus e-mails para verificar compromissos de trabalho. Nas mensagens que recebem todos os prazos são apertados. Todas as informações requisitadas são no máximo para o final do dia. No trem ou no metro, a caminho do trabalho, além de usar continuamente o celular, os personagens de Diagnosis manuseam seus notebooks, lêem relatórios ou verificam dados em jornais econômicos.
Acho que não há exagero no romance de Alan Lightman. Vejam o caso do celular. A grande maioria das pessoas usa o telefone móvel com um sentimento de que tudo tem de ser comunicado e resolvido aqui e agora, sem pausa, sem o que amigos meus dos EUA chamam de "tempo de qualidade". Tal sentimento de urgência é uma falsa necessidade que está penetrando de modo profundo na alma das pessoas de nosso tempo. No geral, acho que os educadores não percebem essa marca perversa do uso das novas tecnologias da informação e da comunicação.
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