Espaço de comunicação sobre Weblogs em educação, WebQuests, WebGincanas e outros recursos TIC, além de eventuais comentários sobre o que rola no mundo.
Thursday, November 30, 2006
Imperdível velho blogueiro
Mundo afora, muitos leitores do Boing-Boing ficaram sabendo que Donald Crowdis, do alto de seus noventa e dois anos, deve ser um dos mais velhos blogueiros do planeta. Mas o feito do velhinho não fica apenas na curiosidade de um nonagentário blogando.O texto de Don é moderno, elegante, leve, bem humorado. Além disso as postagem tratam de assuntos de muito interesse ou de histórias incriveis vividas por um autor quase centenário. Como digo no título: imperdível. Para ver o Don e suas postagem basta ir até Don to Earth.
O que é psicologia?
Não busco uma definição com a pergunta do título. Quero apenas fazer uma constatação. No imaginário popular, psicologia hoje provavelmente significa "área de saber cujo domínio é muito útil para controlar sentimentos das pessoas". De onde me vem tal impressão? De duas fontes: 1. do discurso de meus alunos que pretendem fazer especialização em psicopedagogia, 2. de uma peça de propaganda aparecida na Folha/Fovest de 28/11/2006.
Comento apenas a última fonte. Trata-se de uma chamada da universidade Anhembi Morumbi para seu curso de Psicologia. Nessa peça publicitária aparece a imagem de um grupo de pessoas sentadas em confortáveis colchonetes, formando uma roda e dando-se as mãos. No centro da figura, uma mocinha, de pé e com os braços estendidos num gesto de regência, deve ser a psicóloga. A cena toda se parece muito com uma celebração de religiões orientais. Muita paz, sorrisos, leveza, tranquilidade.
Confesso que a imagem aqui descrita me incomodou. Um dos grandes defeitos que vejo nisso tudo é o afastamento da razão como um móvel importante nos fazeres que decorrem do saber psicológico. Em outras palavras: a idéia predominante do que é psicologia enfatiza fazeres nos quais um profissional poderoso (talvez detentor de segredos inacessíveis para simples mortais) manipula dimensões afetivas de indivíduos ou grupos. A peça publicitária apreendeu admiravelmente o entendimento dominante da natureza e papel da psicologia nos dias de hoje. Amedontrador.
Comento apenas a última fonte. Trata-se de uma chamada da universidade Anhembi Morumbi para seu curso de Psicologia. Nessa peça publicitária aparece a imagem de um grupo de pessoas sentadas em confortáveis colchonetes, formando uma roda e dando-se as mãos. No centro da figura, uma mocinha, de pé e com os braços estendidos num gesto de regência, deve ser a psicóloga. A cena toda se parece muito com uma celebração de religiões orientais. Muita paz, sorrisos, leveza, tranquilidade.
Confesso que a imagem aqui descrita me incomodou. Um dos grandes defeitos que vejo nisso tudo é o afastamento da razão como um móvel importante nos fazeres que decorrem do saber psicológico. Em outras palavras: a idéia predominante do que é psicologia enfatiza fazeres nos quais um profissional poderoso (talvez detentor de segredos inacessíveis para simples mortais) manipula dimensões afetivas de indivíduos ou grupos. A peça publicitária apreendeu admiravelmente o entendimento dominante da natureza e papel da psicologia nos dias de hoje. Amedontrador.
Thursday, November 16, 2006
Efeitos ambientais das ferramentas
Na postagem de ontem, comentei um dos apectos marcantes do romance Diagnosis, de Alan Lightman: o sentimento de urgência que invadiu a vida de usuários de celulares. Educadores ilustres dirão que basta direcionar de modo equilibrado a utilização da citada ferramenta de comunicação. Esse é um discurso ingênuo. Como já observou Neil Postman, a grande questão não é o plano de utilização das ferramentas, a grande questão é que uma determinada ferramenta está sendo utilizada. Cada ferramenta tem suas próprias demandas, não importando muito nossas boas intenções de como controlar suas utilizações.
Lembrei-me de registrar esta observação ao ler uma pequena nota de Steven Mithen em After the Ice. Ao comentar os primeiros movimenetos da domesticação do gado na África por volta de 9.000 anos AC, o paleantólogo inglês observa: os animais dos primeiros pastores eram muito mais que bens econômicos fornecendo leite, sangue, carne e couro; [com a domesticação do gado] a vida dos pastores e os seus rituais, e alguns diriam sua própria maneira de pensar, estavam intimamente entrelaçadas com suas bestas. (p. 497).
Em poucas palavras: as novas bestas que estamos criando e introduzindo em nosso meio ambiente mudam tudo, não são apenas conveniências para tornar a vida mais eficiente ou agradável...
Lembrei-me de registrar esta observação ao ler uma pequena nota de Steven Mithen em After the Ice. Ao comentar os primeiros movimenetos da domesticação do gado na África por volta de 9.000 anos AC, o paleantólogo inglês observa: os animais dos primeiros pastores eram muito mais que bens econômicos fornecendo leite, sangue, carne e couro; [com a domesticação do gado] a vida dos pastores e os seus rituais, e alguns diriam sua própria maneira de pensar, estavam intimamente entrelaçadas com suas bestas. (p. 497).
Em poucas palavras: as novas bestas que estamos criando e introduzindo em nosso meio ambiente mudam tudo, não são apenas conveniências para tornar a vida mais eficiente ou agradável...
Wednesday, November 15, 2006
Aqui Agora
Imediatismo e urgência: marcas de nosso tempo. Em Diagnosis, Bill Chalmers e outros personagens, executivos de empresas ou simples trabalhadores da Sociedade da Informação, não têm qualquer espaço e tempo para si mesmos. De manhã, antes de chegarem ao escritório, já verificaram uns cinco recados no celular e quase certamente passaram uma parte da noite anterior checando seus e-mails para verificar compromissos de trabalho. Nas mensagens que recebem todos os prazos são apertados. Todas as informações requisitadas são no máximo para o final do dia. No trem ou no metro, a caminho do trabalho, além de usar continuamente o celular, os personagens de Diagnosis manuseam seus notebooks, lêem relatórios ou verificam dados em jornais econômicos.
Acho que não há exagero no romance de Alan Lightman. Vejam o caso do celular. A grande maioria das pessoas usa o telefone móvel com um sentimento de que tudo tem de ser comunicado e resolvido aqui e agora, sem pausa, sem o que amigos meus dos EUA chamam de "tempo de qualidade". Tal sentimento de urgência é uma falsa necessidade que está penetrando de modo profundo na alma das pessoas de nosso tempo. No geral, acho que os educadores não percebem essa marca perversa do uso das novas tecnologias da informação e da comunicação.
Acho que não há exagero no romance de Alan Lightman. Vejam o caso do celular. A grande maioria das pessoas usa o telefone móvel com um sentimento de que tudo tem de ser comunicado e resolvido aqui e agora, sem pausa, sem o que amigos meus dos EUA chamam de "tempo de qualidade". Tal sentimento de urgência é uma falsa necessidade que está penetrando de modo profundo na alma das pessoas de nosso tempo. No geral, acho que os educadores não percebem essa marca perversa do uso das novas tecnologias da informação e da comunicação.
Monday, November 13, 2006
Informação pra que?
Prometi já faz um tempinho comentar aqui o conteúdo do romance Diagnosis, de Alan Lightman. Começo a fazer isso agora, com certo atraso devido à uma preguiça macunaímica.O tema central da obra é a situação de um paciente cuja doença não é diagnosticada. Bill Chalmers, o doente, é acometido por sintomas de uma paralisia crescente, iniciada por uma pequena dormência das mãos e perda momentânea da memória. O médico do nosso herói pede uma bateria de exames. Tais exames têm como finalidade principal eliminar determinadas possibilidades a partir dos sintomas apresentados por Bill. Os resultados chegam, todos negativos, e o médico não fecha qualquer diagnóstico. Pede mais exames. Outros médicos entram na história. E advinhem... Pedem mais exames. E nada de diagnóstico. O tempo passa e a paralisia progride. Bill perde movimento das pernas. Fica cego. Perde a fala. Mais exames. E nada de diagnóstico. A trama toda mostra uma situação muito rica em informações que em nada contribuem para o fechamento de uma decisão que possa curar o paciente ou ajudá-lo a enfrentar a doença. Além de propor uma situação que experimentamos cada vez mais em nossas vidas pessoais como pacientes, a história é uma metáfora sobre um mundo cada vez mais rico em informações mas sem rumos mais definidos. Pontes com nossas responsabilidades educacionais são muitas no caso.
Conversa sobre WebQuests e WebGincanas
Participei recentemente de um evento virtual da comunidade Proinfo. Todas as palestras e comunicações aconteceram por meio de áudio-conferências. A inciativa foi liderada pelo professor Eziquiel, membro do Proinfo e animador do ótimo Linux na Escola. Minha comunicação, Construção de Ambientes de Aprendizagem na Web, em áudio integral e com o roteiro PP que utilizei, pode ser acessada em:
http://www.escolabr.com/podcast/index.php?id=85
Aproveito este registro para agradecer publicamente ao Professor Eziquiel a aportunidade de dialogar com a comunidade Proinfo, um coletivo de gente boa muito compromissada com a educação pública em nosso país. Obrigado, Eziquiel.
http://www.escolabr.com/podcast/index.php?id=85
Aproveito este registro para agradecer publicamente ao Professor Eziquiel a aportunidade de dialogar com a comunidade Proinfo, um coletivo de gente boa muito compromissada com a educação pública em nosso país. Obrigado, Eziquiel.
Subscribe to:
Posts (Atom)