Depois de vinte e muitos anos, voltei a dar aulas de filosofia. Faz três anos que ando nessa estrada. Como a matéria é para estudantes do terceiro ano de pedagogia, decidi que seria adequado iniciar o pessoal em quatro áreas do pensamento filosófico muito relacionadas com educação: epistemologia, ética, antropologia e estética. No frigir dos ovos, o tempo é suficiente apenas para abordar as duas primeiras. E acho que já está de bom tamanho. Educadores devem ser sobretudo especialistas em conhecimento, daí a importância da epistemologia. E, é claro, ética é assunto que precisa penetrar profundamente no tecido educacional.
No processo de ensinar estou aprendendo muito, revisando velhos conhecimentos e, acima de tudo, fazendo algumas descobertas que gostaria de compartilhar com outros educadores. É possível que algumas de minhas descobertas não sejam novidades para educadores bem informados. Assim, algumas das coisas que me fascinaram recentemente podem ser apenas superação de minha ignorância. Revelo aqui uma delas. Preocupado em descobrir temas, autores e ênfases que pudessem encantar meus alunos acabei descobrindo um autor fundamental no campo de educação moral. Trata-se de Lawrence Kolhberg, psicólogo que elaborou uma proposta desenvolvimentista de educação moral que abre portas interessantes para a ética no espaço escolar. Traduzi um dos artigos de Kolhberg que mostra a importância de uma moral baseada em princípios, estabelece seis níveis de desenvolvimento do pensamento moral, e propõe estratégias muito adequadas para o uso de julgamentos morais como ferramenta para fazer avançar níveis de moralidade entre os estudantes. Vale a pena conhecer. Posso encaminhar, para estudo individual, cópia da tradução que fiz. Se você tiver interesse, pode me solicitar o material por meio de mail para jarbas@sdsualumni.org .
3 comments:
Legal voltar a dar aula. Já estou com saudades dos meus alunos - deixei de lecionar para tornar-me editor/escritor há seis meses...
Bem, quanto a Kholberg e à ética sugiro, caso você ainda não tenha a tenha devorado, a belíssima obra Itinerários de Antígona. Bárbara Freitag também aborda a questão da moralidade e contempla o autor citado.
Abraços
Caro Abel,
Não, não li a citada obra da Bárbara Freitag. Vou relacioná-la entre os meus desejos para 2008. Obrigado pela dica. Grande abraço,
Jarbas.
Jarbas,
Comecei a reler a citada obra. Aos poucos, alguns minutos toda madrugada. Acordo há quase 9 anos às 4 horas da manhã para ler, escrever e comungar com os deuses...
Acrescentei Itinerários de Antígona aos livros que já tenho lido neste sistema conta-gotas.
Quando começares a ler e desejares trocar impressões, estarei no aguardo.
Feliz 2008 com muita serenidade e paz!
Abraços
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