Final de semestre. Revi um conjunto de dois diferentes relatórios feitos por meus alunos. Um dos conjuntos era composto por relatos de experimentação de WebQuests feitas pelo pessoal da Licenciatura. O outro era constituído por relatos de aplicação do Sherlock como requisito para o estágio em TE do pessoal do 1º de Pedagogia. Duas coisas me chamaram a atenção na leitura dos trabalhos de meus alunos: 1. estudo como atividade cansativa, 2. educação como atividade divertida.
Estudo como atividade cansativa. Na maior parte dos relatórios sobre usos das WebQuests, meus estudantes colheram observações de alunos que, apesar de gostarem da nova proposta, reclamaram de “leituras cansativas”. Vou analisar com mais cuidado esse dado. Mas já adianto uma interpretação. Em nossa cultura dominada pela imagem e pelo imediato, a leitura (e mais que ela o estudo) é vista como uma atividade muito exigente. Ler e estudar são, cada vez mais, algo que os estudantes querem evitar. Provavelmente, os mesmos reclamentes não acham que um joguinho de bola na quadra da escola seja cansativo. A questão está a merecer uma análise bem cuidada de nós educadores.
Educação como atividade divertida. As explicações que minhas alunas de Pedagogia deram para o Sherlock sempre incluíram a palavra diversão. Ao constatarem a existência de certas características lúdicas do software, as novas educadoras afirmaram que isso é bom porque a educação precisa ser divertida. Da mesma forma, quando listaram certos aspectos negativos do Sherlock, minhas alunas disseram que o material não é divertido. O fenômeno me preocupa. Por razões diversas, estamos confundindo prazer com diversão. E na crítica a técnicas e métodos educacionais estamos exigindo diversão como elemento fundamental para a aprendizagem. Outra questão a merecer nossos cuidados.
No comments:
Post a Comment