Semana passada ouvi uma história que preciso contar aqui. A mãe de uma criança que frequenta certa escola privada, vinculada a uma famosa grife de ensino, me contou um episódio interessante. A professora da 5ª série passou, para as férias (?) de julho, trabalho de "pesquisa" com as seguintes características:
- a tarefa deveria ser feita por um grupo de quatro alunos;
- cada grupo deveria escolher um esporte que integrava os jogos pan-americanos do Rio de Janeiro;
- as crianças deveriam descrever os principais movimentos corporais do esporte escolhido;
- com base na descrição do esporte, os alunos deveriam investigar na internet quais os músculos envolvidos nos principais movimentos corporais típicos do esporte escolhido;
- o grupo deveria preparar uma comunicação escrita e ilustrada sobre o esporte escolhido, movimentos típicos e músculoes envolvidos.
A mãe (uma profissional da área de saúde, formada pela USP) que me contou a história acha que tal tipo de modernidade é pura perda de tempo. Mas ela não se dispõe a reclamar. Em outras situações parecidas, as pedagogas da escola lhe disseram que ela não entende de educação, nem tem boas informações sobre as novidades pedagógicas de cunho construtivista e com farto uso de tecnologias. Em cooperação com outras mães, ela acabou levantando os dados mais relevantes via internet e os indicou para as crianças. Provavelmente a professora recebeu uma colagem de textos e figuras encontráveis na web.
Acho que o episódio dispensa cometários. Seguramente tal tipo de atitude dos educadores converte pesquisa em ato burocrático, desagradável, sem alma. As crianças aprenderão a lição a passarão a odiar qualquer aventura investigativa. Uma pena...
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