Wednesday, December 20, 2006

Educação: demitir "velhos" para inovar (1)

Semana passada, uma escola católica tradicional aqui de São Paulo demitiu uma professora de cinquenta e poucos anos. Na entrevista de desligamento, a coordenadora pedagógica informou que a instituição pretende substituir os professores mais idosos por jovens, preferentemente homens. A mencionada gestora educacional, de sessenta e poucos anos, argumentou que a escola entende que os jovens professores, familiarizados com as mídias modernas, serão uma alavanca para o uso de novas tecnologias na escola. O episódio merece diversos comentários. Registro aqui apenas um deles, prometendo voltar ao assunto em outras postagens.
Quem entende que tecnologia educacional é uma função da idade dos professores está inteiramente equivocado. Esse modo de pensar teria afastado do cenário educacional, há muitos anos, a mais importante criadora de soluções de tecnologia educacional em nosso país, recentemente premiada pela UNESCO, a professora Lea Fagundes. A esperança de que a geração acostumada com jogos eletrônicos, Okurt, blogs etc.vá produzir projetos parecidos ou melhores que os da Léa é resultado de falta de visão do que é tecnologia educacional. O domínio das ferramentas é razão necessária para usos educacionais dos novos meios. Mas isso não basta. Importa muito mais a razão suficiente: dominio de saberes educacionais. Gente que domina os modernos artefatos de comunicação, se pouco ou nada souber de educação, produzirá apenas soluções medíocres em termos de ensino e aprendizagem. Pensar que a familiaridade com as novas ferramentas de comunicação produza per se tecnologia educacional é, no mínimo, uma visão mágica.

25 comments:

Anonymous said...

Olá Jarbas!
Essa postura, infelizmente, tem sido comum nas escolas particulares!
Penso que um dos motivos é a visão das direções e coordenações sobre a aplicação da tecnologia na educação. Muitos deles acreditam que basta contratar um grande portal educacional, obrigar o professor a utilizar apresentações de powerpoint nas aulas ou as lousas digitais. Duvido que esses conheçam educadoras como Marisa Lucena e Lea Fagundes!
Muita gente se surpreende qundo descobrem que aos 50 anos tenho um blog... eu acabo brincando que sou uma blogueira 5.0, mas sempre fico com a impressão de que me consideram uma estranha no ninho!
Um abraço
Miriam

Unknown said...

Espero haber traducido bastante fielmente tu post al catalan, en nuestro bloc colectivo al cual te invitamos a unirte, si es de tu agrado

http://eduquemnos.blogspot.com/

Un abrazo
Carme

Unknown said...

http://eduquemnos.blogspot.com/2007/01/educaci-dimitir-els-vells-per-innovar.html
Tu post se ha convertido en el tema del mes de nuestro bloc, 13 comentarios por el momento, me gustaria que intervinieras si es posible
una abrazo
Carme

Anonymous said...

Jarbas,

li seu texto, os comentários e o que me passou pela cabeça, é que a referida escola não tem habilidade nenhuma com tecnologia, então está transferindo esta responsabilidade para estes "jovens homens" - como se assim fosse possível sanar a falta de envolvimendo DA ESCOLA com este tema!

Se fosse assim, as empresas não precisariam envolver os funcionários em treinamento (ou quaisquer outros métodos) - já que seria bastante fácil trocá-los (e infelizmente muitas vezes é). Mas estes novos funcionários não carregam o histórico e a vivência que a própria empresa precisa. Tenho lido muitos textos sobre aprendizagem tecnológica e há muitas maneiras maneiras de se criar um ambiente organizacional onde haja transferência de conhecimento tecnológico. O que se dirá dentro de escolas - as quais seriam o ambiente mais propício para a disseminação de conhecimento!!! Pelo menos, na teoria, a escola poderia ter feito um esforço para buscar esta disseminação. Mas isso leva tempo e é muito trabalhoso, não é mesmo??!!

Abraços,

Fábia - Senac

Anonymous said...

Desconheço a realidade estrutural da PUC, porém pelo que tenho acompanhado na mídia e comentários dos professores, eles têm um problema crítico de planejamento estratégico, ou seja, demoraram a iniciar um movimento de inclusão digital de seus professores e até mesmo de seus programas educacionais. Quando se depararam com as dificuldades financeiras, foram impelidos a repensar suas ações e condições, culminando com a demissão de vários professores (não só pela falta de familiaridade com a tecnologia). Sinceramente fico em dúvida sobre qual foi o real motivo da demissão massiva de professores naquela instituição.

De qualquer forma, parece que esta miopia (não conseguir enxergar a contemporaneidade da inclusão da tecnologia da informação como recurso educacional) ocorre em inúmeras instituições educacionais, em alguns casos contagiando suas equipes educacionais no efeito cascata (coordenadores que não incentivam os professores ao uso da tecnologia, professores que não estimulam seus alunos, etc.). Daí, ao perceberem que estão ficando para trás, utilizam estratégias contundentes como esta, que pode realmente comprometer o sistema educacional (a proliferação de professores bons de mídia, porém escassos de mensagem/conteúdo).

Não por coincidência, é isto que tem acontecido com a internet.

Márcio Barros – Senac – 37 anos

Anonymous said...

Jarbas,
Acho que tem mais "velhos" usando as novas tecnologias do que jovens na escola. Pelo menos onde estou. Não é uma questão de idade mas sim de cabeça, de vontade de inovar, de se mexer, de querer que nossos alunos consigam se inserir melhor nesta sociedade. Enfim, visão.

E acho que esse é exatamente o problemas quando professores com mais experiência são demitidos - eles sabem demais, tem senso crítico (não quero dizer que os jovens não tem)e não tem medo de dar suas opiniões sobre o que pensam sobre o que Miriam Salles ilustrou tão bem.

Não conheço o caso da professora que foi despedida e não sei se foi esse exatamente o motivo. Também sei que muitos professores não estão interessados em se atualizar sejam eles jovens ou velhos.

Mas aqui vai o meu depoimento.Estou com 53 anos - tb estão me perguntando quando me aposento :-) e posso afirmar que nunca produzi tanto com meus alunos, partilhei e formei outros professores, publiquei tanto e me envolvi tanto com a educação e causas maiores do que nos últimos 10 anos dede que me envolvi em projetos colaborativos online.

E para Carme Barba aqui vai o link para uma entrevista que fiz para o blog La Clase Abierta em espanhol.

Estou pensando organizar um barcamp aqui em Sao Paulo no dia 10 e 11 de fevereiro e gostaria muito se vc pudesse participar e trazer outros educadores para discutirmos essas diversas questões.

Fátima Franco said...

Olá, professor:
tecnologia educacional para este tipo de coordenador, se confunde apenas com o saber mexer na máquina.Mas, ter conteúdo educacional é alguma coisa que só vem com a experiência.Esta escola não sabe o que está perdendo. Ou talvez saiba e fique mais barato contratar um homem-jovem.
Abs

Lilian said...

Olá a todos!
Acho também que há um equívoco com essa insistência de que as crianças já nascem respirando as tecnologias contemporâneas, por isso tem muito mais facilidade e interesse por elas...
Minha experiência (educadora acima dos 40) mostra que a forma de utilização das TIC pelos jovens na escola é muito trivial e pouco ousada, o que demonstra apenas uma aproximação para "estar por dentro" de um tema que é altamente valorizado pela mídia e pela sociedade.
Por outro lado, acho que é mito esse completo desinteresse ou distância de adultos e profissionais mais eperientes em relação às tecnologias. A rede está repleta de exemplos de gente de blogs, sites e comunidades alimentados por gente que já deixou a asolescência para trás há tempos.
Cito esta discussão de raspão num artigo que escrevi no final de 2005, "Paulo Freire e a Emancipação Digital", acho que pode interessar.
http://www.cidade.usp.br/redemoinhos/?2005-09/analise2
Abraços,
Lilian

Marli Fiorentin said...

Professor Jarbas!

É desnecessário repetir que é um disparate essa idéia de associar o uso de tecnologias na educação com a idade do docente. Se fosse assim, teria umas quantas exceções e você seria uma delas. A inserção das tecnologias nos projetos educacionais tem a ver com a postura ideológica e metodológica dos docentes e não com questões técnicas. Os que se negam a utilizá-las, independente de idade, desconhecem que o educando precisa ser o próprio construtor de seu conhecimento e que o professor é o instigador, o problematizador, aquele que faz pensar, que provoca desafios, que ajuda o aluno mais a se fazer perguntas do que a se dar respostas. Que tipo de educadores temos nas escolas? A serviço de que está a educação? É isso que devemos questionar. Infelizmente as coisas andam a passos lentos, às vezes, e quem enxerga mais longe, precisa ter a tal de paciência histórica para ir quebrando paradigmas e preconceitos. Creio que o uso da internet envolve ainda muitos preconceitos, por ser dado destaque para o lado nocivo de sua utilização, quando na verdade os benefícios são muito maiores. E o papel dos educadores é justamente o de mediar para que ocorra a boa utilização. Quem está mais preparado para isso? Temos professores se aposentando, com um vigor juvenil; outros que já vão tarde demais, deviam ter pedido a proporcional. Temos professores jovens, cheios de gás, que trazem uma energia nova para as escolas, no entanto,muitas vezes carentes daquilo que a experiência , a dedicação, o estudo oferecem aos que são eternamente aprendizes. Isso que penso. O professor aprendiz, pesquisador, que reflete constantemente sua prática, tenha ele 20 ou 60 anos, é o profissional adequado para estar nas escolas e se for assim, certamente terá presente que incluir socialmente é papel também da educação e isso pressuõe utilizar tecnologias.Tenho 45 anos e falo de minha experiência própria, pois utilizo muito a tecnologia nas minhas aulas, entendendo que devemos estar em sintonia com a linguagem das novas gerações, sob pena de não nos fazermos entender, a fim de que possamos oportunizar aos jovens incorporar valores e competências que ja adquirimos ao longo de nossa história.
Abraço!

Anonymous said...

OLá a todos,
Assim como vocês, nao vejo cabimento na associação entre idade e inovação. E isso não apenas falando de tecnologias e educação, ou seja, sempre acho estas generalizações perigosas, principalmente quando tentam classificar/agrupar indivíduos em uma ou outra categoria.
outro aspecto que chama atenção é a razão da demissão: ou seja, procurar os mais jovens justamente pela familiariadade com as tecnologias. Independente da idade e principalmente da familiaridade com as TICs o mais importante é realmente perceber o sentido que pode ser dado ao trabalho e o quanto estas podem contribuir com a aprendizagem. Os conhecimentos técnicos podem ser adquiridos ou até mesmo lançados como desafios aos próprios alunos, mas a qualidade do uso e o que pode ser feito com as tecnologias só trará resultados se forem mediados por um bom educador (independente da idade).
Agora, como estamos falando de "inovação" e tecnologias... o que vocês acreditam que deve ser priorizado na escolha/seleçao ou contratação de um professor que tenha como uma de suas atribuições desenvolver projetos pedagógicos utilizando as tecnologias? É preciso que ele "saiba informática"?
[]s
Mary

Anonymous said...

Caro Jarbas

Há que se registrar que, além do preconceito descabido da coordenadora pedagógica em questão contra os educadores "maduros", ela externa outro preconceito, contra as educadoras, na medida em que a substituição dos educadores mais velhos de sua escola dar-se-á, preferencialmente, por educadores mais novos do sexo masculino. Será que esta senhora desconhece que a maioria dos trabalhores na área de educação são mulheres?

Abraços,

Daniel (com perigosos 57 anos de idade...)

Anonymous said...

Olá Professor Jarbas

Ao ler seu post, várias coisas passaram na minha cabeça:
- Encarar a utilização da tecnologia na educação com o fator relacionado à idade é extremamente errôneo. Mesmo porque dispensar a bagagem e experiência dos educadores mais antigos é até um “pecado educacional” rsrsr. Um excelente exemplo de pessoas mais velhas e que consegue a associar o conhecimento educacional com a tecnologia é o Senhor. E simplesmente ter conhecimentos de informática ou da tecnologia não garante a sua excelência quando utilizá-la no contexto educacional. Não dá pra ter apenas um dos lados da balança: conhecimentos educacionais ou conhecimentos tecnológicos. A idéia é mesclar ambos. E não é o fator idade que vai garantir isso. O que derruba totalmente o argumento utilizado pela tal gestora educacional “... argumentou que a escola entende que os jovens professores, familiarizados com as mídias modernas, serão uma alavanca para o uso de novas tecnologias na escola...” ;
- infelizmente essa realidade ainda esta presente em dezenas (posso até arriscar centenas) de gestores/ coordenadores educacionais, talvez porque eles próprios não têm o real conhecimento do que é tecnologia no contexto escolar e sua relevância para o mesmo;
- também por outro lado, há uma resistência cultural ou social (não sei bem definir) por grande maioria de professores que resistem a procurar saber mais sobre a informática e como utilizá-la no contexto escolar;
- há outro fator que parece não estar claro entre alguns professores e/ou educadores: A tecnologia/ informática não substitui ou é concorrente dos educadores, muito pelo contrário. Ela é um instrumento a ser utilizado a favor dos mesmos. Não é porque o computador, a internet, softwares estão aí que os professores/ educadores perdem seu papel/ lugar na educação. Cada vez mais fica claro pra mim, que sem a presença de um educador/ professor norteando esse trabalho, essa pesquisa ou seja qual for a atividade, fica uma lacuna, fica vago, e outras vezes se perde no caminho sem chegar a finalidade pré-estabelecida.
- há diversas possibilidades de se trabalhar com a tecnologia no contexto escolar, bem como a ludicidade, mas acho que falta chegar a conhecimento dos educadores algumas destas possibilidades. Tive a oportunidade de fazer um levantamento na licenciatura da Universidade São Judas Tadeu em 2004, entre os futuros professores sobre a utilização da tecnologia e da ludicidade no contexto escolar: 5% dos alunos não percebem ou não têm conhecimento de como essas atividades possibilitam mais êxito na vida escolar; 75% dos alunos até sabem e reconhecem a importância da tecnologia e da ludicidade no contexto escolar, porém não sabem como utilizá-los na sua sala de aula, em seus conteúdos; e 20% não querem utilizá-los em sala de aula, porque os alunos ficam mais agitados, turbinados, excitados, o que eles acreditam que comprometeria o seu domínio com a classe. Por isso acredito que ainda falta o que o próprio Bernie diz: a “evangelização”. Falta mostrar como e abrir caminhos sobre as possibilidades existentes.

Bom acho que é isso!!
Grande abraço com saudades
Sua eterna aluna (rsrrs)
Rachid

Anonymous said...

Jarbas,

Li com atenção seu texto, próprio de educadores atentos aos fatos do dia-a-dia, habituados a abrir o debate e tomar posição. Não fica muito claro o porquê de uma coordenadora pedagógica de sessenta e poucos anos, demitir uma professora de cinqüenta e poucos, apoiando-se na eficiência do emprego da tecnologia educacional por mais jovens, preferencialmente homens. É, no mínimo, estranho.

Nada substitui o saber e a experiência acumulados em anos de profissão. A máquina, quando muito, pode facilitar o trabalho e ganhar tempo , na roda viva em que se tornou o mundo produtivo, em qualquer área. Mas, atrás de quaisquer tecnologias, existe uma ou mais cabeças pensantes.

Em se tratando de entidade particular, não posso crer que a mediocridade e desinformação de profissionais da educação chegue a tal ponto. Num primeiro olhar, a coordenadora acobertou-se nesse argumento infeliz para a dispensa da colega professora, por motivos inconfessáveis, fato lamentavelmente comum nas relações empregador/empregado. Isso não bastando, confirma uma atitude duplamente preconceituosa – quanto aos idosos e às mulheres, no momento em que empregará preferivelmente homens.

É muito bom que fatos como esse venham à tona -e se revestem de credibilidade - quando levantados por pessoas com o seu gabarito. No meu entender, o debate está posto. Uma revisão de tais posicionamentos pede reflexão e ação. Em qualquer país que se preze, o capital intelectual é protegido e respeitado. É hora
do nosso país também rever sua história, antes de esbanjar fontes de conhecimentos construídos por seres humanos em uma vida – portanto não descartáveis.

Abraços

Dinéia - USJT

Anonymous said...

Professor Jarbas,
Gostaria de agradecer a presença na nossa colação na quinta passada, mesmo que no final, sua intenção foi prestigiada e, tive o prazer de apresentá-lo para meus pais fisicamente, pois, eles já o conheciam pelo nome.
Em relação ao fato, comento que em muitas empresas, demissões como essa vêm ocorrendo. Eu conheço muitas pessoas que foram demitidas ao completarem 50 anos por motivos incabíveis...
Uma pessoa que se dedicou integralmente a sua profissão, chegar em um momento de sua vida e ser considerada incapaz, pois, psicologicamente, é isso que uma pessoa sentirá. As empresas devem investir e prestigiar seus funcionários, dos mais novos, aos mais antigos.
Em contra partida, acredito, que um bom profissional deve inovar seu conhecimento para não ficar ausente e utilizando metodologias de décadas atrás. Conheço professores que ainda utilizam cartilhas e metodologias antigas para alfabetizarem. Na época que foram utilizadas tais metodologias, crianças foram alfabetizadas, mas, estamos em outra era.
As crianças nascem hiperativas, conhecem e mexem em tudo... sabem de tudo que está acontecendo no mundo pela internet! Como educadoras, nunca devemos parar de estudar, atualizando nosso conhecimento sempre!
Mas, se a educadora não mais estuda e não tem vontade pela profissão, como existem muitas... poderiam deixar os cargos para quem tem vontade e prazer de trabalhar.
Não sei se fui compreensível...
Abraço grande!
Luciana Raspa.

Anonymous said...

Oi! professor, estou adorando esta hisória de blog educacioal. E eu que pensei que iria detestar o quarto ano,porque não gosto muito das burocracias nas escolas,só da prática. mas pelo já vi vai ser muito legal,principalmente na sua disciplina,na de dinâmica de grupo e projetos sociais. Li a sua matéria e alguns comentários. gostei da troca de idéias, principalmente da miriam salles e da carme baba. O barcamp também é uma ótima idéia, pode contar comigo quando forem organizar.gosto muito de conhecer gente nova. Sei que tenho muito a aprender com todos. Quanto a questão da professora, acho que foi injustiçada. tenho certeza que com um pouco de treino e conhecimento ela poderia unir sua experiencia profssional a=às novas ferramentas tecnológicas e continuar dando aulas maravilhosas. Pelo que tenho vivenciado nas escolas estaduais,(rede a qual pertenço) o problema não está na idade dos professores,mas na falta de preparo, conhecimento e criatividade dos educadores,pois apesar de terem salas de infotmática, a mairia não sabe o que fazer com elas.
Mudando de assunto, interessante a sua diversificada identidade. os nomes dos seus filhos são muito bonitos. Da sua esposa então, nem se fala!
já quanto ao fato de ser corinthiano...., bem deixa pra lá,vai.afinal nem tudo é perfeito!
um grande abraço.
ana granado 4º APJN- usjt.

Anonymous said...

Olá, Professor Jarbas!

As novas tecnologias não dispensam o professor em sala de aula. É função do educador orientar e estar presente para que se tenha resultados satisfatórios.
Não adianta ter um jovem educador, que domina tudo de tecnologia, mas que lhe falte experiência sobre como educar e como utilizar essas inovações de forma positiva em sala de aula.
Os mais "experientes" além de possuirem um amplo conhecimento educacional, podem adequar e utilizar esses conhecimentos incorporando a tecnologia que pode facilitar a vida do educador.
O professor é o ser pensante, e deve utilizar a máquina como uma outra ferramenta, e não para esconder sua ignorância por meio da tecnologia.
Abraços...

Luana - USJT

Anonymous said...

Olá meu querido professor Jarbas!
Fiquei inqueta com este depoimento. Quer dizer que "panela velha não se faz mais comida boa"? Acredito que em algumas escolas particulares o que poderia ser mudado são diretores que tenham uma visão pequena como essa.
Lidar com a tecnologia é um grande desafio para os educadores e cabe a escola trabalhar em conjunto com esses professores para atender a essas demandas. Ao que me parece tecnologia e educação têm de caminhar juntas.
Cada educador precisa sempre inovar dentro da realidade que vivemos para conduzir seus alunos a inserir na disputa do desenvolvimento profissional. Diretores devem antes de dispensar seus professores,procurar formas de incentivá-los buscando informações úteis ao seu maior desempenho para que não haja choque de gerações. Não adianta só a tecnologia mas, a metodologia... Li um artigo interessante na revista Educação e vou compartilhar com todos.
Há perguntas para as quais a memória perfeita não consegue responder.
"Era uma vez um jovem casal muito feliz. Ela estava grávida e eles esperavam com grande ansiedade o filho que nasceria. Transcorridos os nove meses de gravidez, ela deu à luz um lindo computador! Que felicidade ter um computador como filho! Era o filho que desejavam! Por isso eles haviam rezado muito, durante toda a gravidez. O batizado foi uma festança. Deram-lhe o nome de Memorioso, pq julgavam que uma memória perfeita é o essencial para uma boa educação.educação é memorização. Crianças com memória perfeita vão bem na escola e não têm problemas para passar no vestibular.
E foi isso mesmo que aconteceu.Memorioso memorizava tudo o que os professores ensinavam. E nã reclamava. Seus companheiros reclamavam, diziam que aquelas coisas que lhes eram ensinadas não faziam sentido. Não aprendiam. Tiravam notas ruins. Ficavam de recuperação, o que não aconteciam com Memorioso.
Ele memorizava com a mesma facilidade a maneira de extrair raiz quadrada, reações químicas, fórmulas de física, acidentes geográficos, datas de eventos históricos, regras de gramática, livros inteiros. A memória de Memoroso era perfeita.
Ele só tirava dez. E isso era motivo de grande orgulho para os seus pais. Os outros casais, pais e mães do Memorioso, morriam de inveja.
Quando seus filhos chegavam em casa trazendo boletins com notas vermelhas, eles gritavam :"Por que vc não é como o Memorioso?
Memorioso foi o primeiro no vestibular. O cursinho que ele frenqüentara publicou sua fotografia em outdoors. Apareceu na televisão como exemplo a ser seguido por todos os jovens. Na universidade, foi a mesma coisa. Só tirava dez. Chegou, finalmente, o dia tão esperado: a formatura.
Memorioso foi o grande herói, elogiado pelos professores. Ganhou medalhas e uma bolsa para doutoramento no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Depois da cerimônia acadêmica, estavam todos felizes no jantar. Até que uma linda moça se aproximou de Memorioso:"Eu gostaria de lhe fazer uma pergunta", disse a jovem. "Pode fazer", respondeu Memorioso, confiante. Ele sabia todas as respostas. Ai ela fez a pergunta: "De tudo o que vc tem memorizado, o que mais te comove?".
Memorioso ficou em silêncio. Aquela pergunta nunca lhe havia sido feita. Os circuitos de sua memória funcionavam com a velocidade da luz procurando resposta. Mas ela não estava registrada em sua memória. Onde poderia estar? Seu rosto ficou vermelho. Começou a suar. Sua temperatura subiu. E de repente, seus olhos ficaram muito abertos, oparados, e se ouviu um chiado estranho dentro de sua cabeça, enquanto a fumaça saá por suas orelhas. Memorioso primeiro travou. Depois de responder a estímulos. Depois apagou, entrou em coma. Levado às pressas para o hospital de computadores, verificaram que o disco rígido estava irreparavelmente danificado. Há perguntas para as quais a memória perfeita não consegue responder. É preciso coração.
Rubem Alves ( educador e escritor)
Abraços, meu admirável professor Jarbas!!!
Lúcia

Anonymous said...

Lúcia USJT

Sônia Ferronatto said...

Oi, Jarbas!
Fiquei pensando o que está implicado no conceito de "velho": experiente? lento? crítico? feio? demodê? Estou inclinada a achar que, a exemplo do BBB7, o mercado de trabalho (inclusive o educacional) está querendo rostinhos bonitos e corpos bem moldados. Neste protótipo está incutida a idéia de "bem sucedido". O que pensa esta comunidade?
Um abraço
Sônia Ferronatto

Anonymous said...

Salve Profo... como tá?
O texto me lembrou muito o que minha falecida avó falava. Ela era uma ótima motorista, e sempre quando saíamos e alguém com um carrão fazia um barbeiragem, ela falava: "Que adianta ter um motor bão se a besta não sabe usar". Ela se referia as pessoas que tinham um carro potente, tipo opala (o máximo na época) mas não tinha condições de manobrar a máquina. Quando li o texto e os comentários lembrei disso. Não acho que ferramentas tecnológicas bastam para tornar um profissional atraente ao mercado ou aos olhos dos alunos. Não adianta nada estar a par das últimas tecnologias na área da informática e se relacionar com os alunos como os alunos de uma maneira tão dinamica como de uma orquídea em simbiose com uma árvore, não rola se é o que o senhor me entende... Por outro lado, não tem nada que ver o fato da idade ou melhor, da experiência de um professor com sua capacidade ou incapacidade intelectual. Nosso corpo se desgasta com o passar do tempo, mas o cérebro, se bem treinado, continua sendo nossa ferramenta mais potente, basta exercitá-lo. Conheço muitos profissionais novos na educação que não se preocupam em fazer um único curso de especialização, assim como há profissinais mais antigos que não buscam por atualizações. Novo ou mais experiente, acredito que o profissional, da educação, do turismo, ou de qualquer área precise estar antenado como o mundo. Mas demitir alguém pela idade é tapar os olhos para o que de bom as experiência pode trazer aos novos profissionais no mercado...

Flow Profo...

Fabiano Portela Schmidt - 4APGNAS

Maria Figueiredo said...

Olá!! Prof. Jarbas.

Acredito ser muito importante, pessoas agirem como você, redigir textos como este e propor reflexões sobre o caso. A situação descrita é muito comum hoje em dia, por existir uma valorização muito grande da tecnologia em detrimento do ser humano.
Diante dessa situação, a reflexão me leva a questionar: Quais os valores que estão inseridos na nossa sociedade?.Infelizmente o que se vê é a falta de respeito para com o outro. Se o ser humano fosse valorizado - a cada etapa vivida, mais experiência adquirida - seriam admirados e tidos como exemplos quando em idade avançada. No entanto, os “velhos” são encarados com um peso, alguém que só atrapalha. Mas antes de desvalorizá-los devemos incentivar o seu desenvolvimento, pois somos seres inacabados em constante aprendizado.
Para que essa situação seja modificada é necessário começarmos a ensinar às nossas crianças a “Aprender a aprender”, para que estejam sempre em busca de novos conhecimentos e não podemos esquecer de transmitir por meio de nossas atitudes, valores – um deles o RESPEITO tão em falta nos dias de hoje.
As crianças, sendo alimentadas de valores e conhecimentos (no caso em tecnologias), não vivenciarão a situação do texto: terão atitudes mais humanas, respeitando o outro e estarão acompanhando os avanços por terem a consciência da importância do aprendizado contínuo.

Um abraço,
Maria Figueiredo

Anonymous said...

Boa tarde Prof.

Não creio que o motivo real seja apenas esse, contudo necessitaria de uma melhor análise. Uma entidade renomada não poderia usar de mediocridade com profissionais da educação. A necessidade de um educador interagir com a tecnologia está mais evidente, isso não se pode negar e atuando em escola particular não temos visto grandes transformações.
Por sua vez é necessário que o educador tenha consciência que não podemos aguardar do lado de fora. É preciso refletir: Nós fazemos parte da evolução tecnológica ou não? NADA SUBSTITUI O CONHECIMENTO, porém as informações chegam e atropelam os conteúdos pré-estabelecidos, gerando desinteresse no aluno.
Contudo sabemos que para se utilizar essa ferramenta com sucesso é necessário muito mais do que simplesmente equipar as escolas é preciso um investimento na qualificação de todos profissionais, independente da área que atuam, conseqüentemente levaremos algum tempo para obter um resultado eficaz.
Não podemos esperar uma ação revolucionária em massa e nem nos acomodar esperando que coisas milagrosas aconteçam, justificando que é responsabilidade desse ou daquele tais atitudes. No entanto devemos lutar e estar preparados para atuar com profissionalismo tendo plena consciência que podemos transformar isso, talvez não tão rapidamente como gostaríamos.
Um abraço
Noemi 4 APGN

Unknown said...

Good Morning Teacher!
Penso que as crianças devem ter acesso as tecnologias sim, pórém seria inútil substituir porfessores mais experientes por jovens que estão só "ligados" no mundo tecnológico, aliás educação não se faz só com tecnologia. Acredito que há uma série de valores a serem contemplados e certamente a união da experiência no ambiente escolar com a tecnologia promoveria maior interação no mundo digital e não haveria exclusão de profissionais competentes.
Bom é isso, espero que entenda minhas poucas palavras...
Aline Cristina 4APGNAS

denise said...

Jarbas, desculpe-me pela demora em comentar,sim. Aconteceu algo esses dias que preciso contar. Sou professora da rede pública do Estado de São Paulo e há um ano mantenho uma parceria de e-mails com colegas de minha escola e diariamente trocamos dicas de sites, lista de discussão, projetos, concursos etc. Este ano novos colegas chegaram e foram adicionados à essa lista. Meu susto foi a reclamação de um deles perguntando onde arrumo tempo para passar o dia todo no pc e se não tenho nada melhor a fazer que encher a caixa de entrada dele. Bem, entro em sala de aula 7 h e vou até 13, às 14 estou na faculdade onde faço meu curso e durante 3 noites trabalho na mesma escola. Além de prestar serviço de monitorias e oficinas diversas. Ou seja, não tenho o dia todo, mas me esforço em manter o grupo da escola unido e engajado na troca. Detalhe: esse colega tem muito menos dos cinqüenta e poucos anos da professora dispensada... Quero dividir isso com vocês!! É de se pensar, não?

Andrea Toledo said...

Prof. Jarbas, que triste a atitude desta coordenadora de curso! Provou com isto estar completamente alienada em relação as tecnologias aplicadas à educação e ter um preconceito aflorado. “Professores jovens e homens”. “Velhos” e mulheres em sua concepção não compreendem as tecnologias. Na verdade acredito que ela como mulher com idéias pré - históricas se auto-avaliava quando chegou a esta conclusão. Gostaria de poder apresentar para ela uma turminha high tech acima dos 60 que desenvolve um trabalho super bacana no blog http://blogdavovo.blogspot.com Não são educadores de sala de aula, mas são exemplo de que o interesse e o aprendizado está além dos anos.
Parabéns pelos textos que sempre me encantam. Grande abraço
Andréa Toledo